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Totia Meirelles, a boazinha cheia de maldade para destilar em ‘Salve Jorge’

Após uma série de personagens irrelevantes em novelas, a atriz comemora o sucesso de Wanda, sua primeira vilã na TV, que foi capaz de eclipsar a malvada oficial da trama, Lívia, personagem de Claudia Raia

Por Mariana Zylberkan
19 jan 2013, 08h44

Totia Meirelles tem vocação para ser o ombro-amigo. A maioria de seus papéis na TV se resumiu à orelha sorridente, aquele personagem que atua apenas como interlocutor para outros mais relevantes na trama. O emblema de sua galeria de tipos-acessórios foi em Fina Estampa. Na pele da desmiolada Zambeze, a atriz experimentou o ápice da personagem nas cenas embromação em que a hippie aplaudia o pôr do sol na praia. “No começo, morria de vergonha.” Sua imagem de pessoa do bem foi tão reforçada ao longo dos anos que se tornou perfeita para a vilã acima de qualquer suspeita pensada por Gloria Perez quando criou Wanda. A boazinha conhecida do público deixou todo mundo de cabelos em pé ao atrelar tanta simpatia à frieza como executa seu trabalho de traficante de mulheres e bebês. A habilidade da personagem em arrancar algum tipo de emoção do público em uma novela insossa alçou Totia ao posto de grande surpresa de Salve Jorge. A repercussão das cenas em que Wanda destila todo seu cinismo – ou apanha da mocinha Morena (Nanda Costa) – tem ofuscado até Lívia (Claudia Raia), a vilã oficial, no posto de personagem mais odiada da novela.

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Totia entendeu que é preciso humanidade também para ser vilã, faceta que tem sido cada vez mais explorada na trama. Há algumas semanas, Wanda reencontrou o amor da adolescência, o coronel Nunes (Oscar Magrini), indício de que já correu sangue por seu coração de gelo. “Ela muda de personalidade quando precisa. É meio camaleônica.”

A bem-sucedida estratégia de Totia em ser odiada pelo público na pele de Wanda tem sido explorada até pelo departamento de divulgação da novela. No site oficial, uma enquete pergunta aos telespectadores qual deve ser o golpe desferido por Morena na próxima briga com Wanda, prevista para ir ao ar nesta semana, após a moradora do Alemão descobrir que a amiga Jéssica (Carolina Dieckmann) foi assassinada por Lívia. Entre as opções, que inclui cabeçada, soco, chute e telefone, a mais votada, e certamente também a mais dolorida, foi joelhada, com 35,9% dos votos.

A inspiração para ser tão cruel em uma cena e tão agradável em outra vem do texto de Gloria Perez. “Ela manda, eu faço. Se a cena pede para ser amiga da Lucimar, eu tento ser a pessoa mais legal possível, não penso que dali a pouco Wanda vai querer matar a filha dela.”

Se hoje Totia eclipsa Claudia Raia na trama de Gloria Perez, no passado, foi o oposto. Veterana do teatro-musical brasileiro, com mais de 12 produções no currículo, Totia estrou no gênero como alternante de Claudia na adaptação do espetáculo Chorus Line, entre 1982 e 1984. A bailarina de formação seguiu o mesmo caminho da colega de coxia e entrou na TV Globo, em 1987, pela porta da comédia. Seus primeiros trabalhos na emissora foram ao lado de Chico Anysio. “‘O Clone’ foi a primeira novela inteira que eu fiz, antes entrava na metade, fazia só participação.”

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A mudança no padrão, impulsionada pelo destaque de Wanda no horário nobre, não mexeu com os planos da atriz, pelo menos, por enquanto. “O que eu espero, depois de quase 30 anos de carreira, é ser vista como uma atriz versátil e não presa a um único tipo. Não tenho a menor ilusão de ser protagonista. Eu não corro atrás disso, dá muito trabalho e eu não tenho mais idade nem saúde para isso.”

A despretensão como fala de sua carreira combina com o apelido que a atriz adotou como nome. Batizada como Maria Elvira, realmente, um nome muito austero para sua personalidade, a atriz foi logo renomeada pela família. O significado e a história do apelido nem ela sabe explicar. “Eu me conheço por Totia desde pequena.”

Além da risada solta, a irreverência de Totia, vez ou outra, é flagrada por paparazzi na orla do Leblon. Sites de celebridades costumam flagrar seus passeios pelo bairro na direção de sua moto Scooter amarela. Ou, então, em momentos de diversão com o neto postiço na praia.

Casada há 21 anos com o médico Jaime Rabacov, Totia não tem filhos, mas exerce o papel de avó na relação com o neto do marido. O casal mora em casas separadas há 19 anos, quando ele decidiu se mudar para o sítio, localizado há 120 quilômetros do Rio de Janeiro, após ser assaltado e sequestrado dentro de casa. Mesmo assim, Totia não se prende à falta do marido e é constantemente fotografada nas estreias de peças dos amigos.

Nos próximos capítulos de Salve Jorge, a personagem de Totia não vai ter muito tempo para pensar no romance com o coronel Nunes, já que seu posto na quadrilha de tráfico de pessoas vai ser ameaçado pela cobiça de Rosângela (Paloma Bernardi). Empenhada em fazer limonada com o limão que a vida lhe trouxe, a traficada tenta se beneficiar da cilada em que foi metida e entra para a vida do crime. Antes disso, a megera vai ser presa após Morena vê-la com um bebê no colo e denunciá-la à polícia. Mais uma prova para o carisma maquiavélico de Wanda.

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