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‘The Walking Dead’ ecoa história e política americana em 9ª temporada

Série volta repaginada após guerra contra Negan e encontra inspiração no passado dos EUA para repensar o futuro

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 out 2018, 15h49 - Publicado em 1 out 2018, 12h33

É emblemático que a nona temporada de The Walking Dead comece com uma excursão dos protagonistas a Washington, capital dos Estados Unidos, com direito a imagens do Capitólio, sede do governo americano, em ruínas ao fundo. Na nova fase da série pós-apocalíptica, que agora pode ser chamada de série pós-guerra, as comunidades que sobreviveram ao conflito contra os salvadores, liderados por Negan (Jeffrey Dean Morgan), tentam manter a paz enquanto descobrem como repensar a agricultura, a produção de alimentos manufaturados e a montagem de aparelhos que geram energia solar. No âmbito jurídico, o seriado dá novos passos ao citar a criação de um tratado geral, enquanto cada colônia demonstra suas opiniões sobre o que é certo e errado, refletindo na ficção a força da Justiça Estadual americana.

Logo, o primeiro episódio da nona temporada, batizado de A New Beginning (Um Novo começo, em tradução literal), exibido neste domingo pela Fox, é repleto de referências à construção dos Estados Unidos como nação, suas guerras, feridas e estrutura atual. Para pensar no futuro, os protagonistas precisam beber do passado.

O capítulo começa com uma missão ao Museu Nacional de História Americana, na capital do país. No local, Rick, Maggie, Carol e companhia coletam antiguidades usadas nos primórdios da agricultura, entre outros objetos manuais que estavam ultrapassados em uma sociedade tecnológica, mas que, na realidade “convivendo com zumbis”, serão de grande utilidade.

Em uma rápida e emblemática cena, Michonne (Danai Gurira) se detém diante de um enorme painel sobre a Guerra Civil americana, conflito que dividiu o país entre os que eram contra e a favor da escravidão. Michonne é negra. No universo de The Walking Dead, o racismo é tratado quase como inexistente. Mas um trauma da luta racial será revivido por ela ao fim do episódio, quando Maggie (Lauren Cohan) condena ao enforcamento um personagem que tentou matá-la. Michonne se incomoda com a cena, grita pedindo que Maggie pare com a sentença. E mesmo que o condenado seja branco e odiado pela audiência, a reação da personagem faz uma alusão às muitas mortes de negros por enforcamento durante a escravidão no país, e em seguida nas mãos de movimentos escravagistas, como o Ku Klux Klan. Apesar dos olhares de reprovação, Maggie institui a pena de morte em Hilltop, no caminho contrário da colega Alexandria.

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Daryl, Michonne e Rick, na nona temporada da série ‘The Walking Dead’ (AMC/Divulgação)

A atitude de Maggie acontece logo após um diálogo controverso entre ela e Rick (Andrew Lincoln). Como líder eleita por votos de Hilltop, ela decide diminuir as doações da farta comunidade aos colegas, especialmente aos que restaram dos salvadores. Se quiserem comida, terão que trabalhar o dobro para cumprir o itinerário da reconstrução de uma ponte, para cobrir a parte do encargo de Hilltop. Em um momento “façamos a América grande de novo”, Maggie mostra a realização do projeto de prosperidade implantado por ela ao fim da oitava temporada, com o intuito de elevar sua colônia perante às demais. Sabe-se, contudo, que ela busca encontrar uma brecha para capturar e matar Negan, que continua preso em Alexandria.

Ezequiel, Carol, Maggie e Daryl na nona temporada da série ‘The Walking Dead’ (Jackson Lee Davis/AMC/Divulgação)

A comunidade de Rick, aliás, conseguiu se reconstruir no período de pouco mais de um ano que separa as temporadas. A filosofia paz e amor, que espera por um mundo melhor, plantada por Carl (Chandler Riggs), continua em voga desde que o rapaz foi morto enquanto tentava salvar um futuro membro de Alexandria — simbolicamente, ou não, um rapaz árabe. Transformado em uma espécie de mito, por colocar fim à guerra, Rick transita desconfortável pela fama e ainda vê sinais de possíveis rebeliões, tudo isso enquanto se prepara para sua despedida da atração.

A nona temporada, aliás, começa mostrando os candidatos, ou melhor, candidatas, ao posto de protagonista que será deixado pelo policial. O caladão Daryl (Norman Reedus) se mostrou fraco no episódio em comparação à latente força de Maggie e Michonne, mas sem esquecer da popular Carol (Melissa McBride) – que, além da aliança (literal) com o rei Ezekiel (Khary Payton), assumiu a missão de colocar o Santuário e o que sobraram dos salvadores de pé. Pelo jeito, ao menos em The Walking Dead, o futuro será feminino.

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