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‘The Hunt’ e outras cinco produções afetadas por tragédias reais

Relembre casos parecidos com o do filme que teve estreia cancelada depois dos recentes tiroteios nos Estados Unidos e de crítica do presidente Trump

Por Diego Andrade Atualizado em 19 ago 2019, 12h12 - Publicado em 16 ago 2019, 16h56

No último sábado, 10, a Universal Pictures decidiu cancelar a estreia do filme The Hunt, que estava previsto para chegar aos cinemas nos Estados Unidos em 27 de setembro. Dirigido por Craig Zobel (Obediência, Os Últimos na Terra) e com roteiro de Damon Lindelof (Lost, The Leftovers) e Nick Cuse (The Leftovers), o longa conta a história de um grupo de 12 pessoas que são levadas para um local desconhecido na zona rural dos Estados Unidos para serem caçadas por membros da elite do país como se fossem animais. 

Em razão dos tiroteios em massa ocorridos em El Paso, no Texas, e em Dayton, em Ohio, o estúdio encerrou a campanha de divulgação do filme. Foi após a publicação de um tuíte do presidente Donald Trump, no entanto, que a Universal decidiu engavetar a produção. “O filme que vai estrear foi feito para causar caos. Criam sua própria violência e depois tentam culpar os outros”, afirmou o líder americano na rede social, sem mencionar o filme diretamente. “Eles são os verdadeiros racistas e são muito ruins para o nosso país”, completou. 

Confira abaixo outros casos em que produções audiovisuais foram afetadas por tragédias ocorridas na vida real.

Dr. Fantástico (1964) 

(Sony/Columbia Industries Inc./Divulgação)

Um dos filmes mais aclamados de Stanley Kubrick, Dr. Fantástico, comédia que funciona como uma sátira sobre a Guerra Fria, estava com estreia marcada para o dia 22 de novembro de 1963. A data, contudo, marcaria a história dos Estados Unidos com o signo da tragédia: foi o dia do assassinato do então presidente John F. Kennedy, o que levou a estreia do filme a ser adiada para janeiro de 1964.

Além disso, foi cortada do final do longa uma cena que continha a seguinte fala: “Senhores! Nosso nobre presidente foi assassinado em seu apogeu!”. Apesar da óbvia ligação entre a remoção da cena e a morte de Kennedy, Kubrick afirmou que ela foi deletada por ser inconsistente com o tom geral do filme. 

Episódio de Friends (2001)

(NBC Universal/Getty Images)

O terceiro episódio da oitava temporada de Friends teve de ser alterado em virtude dos atentados de 11 de setembro de 2001. O episódio em questão mostra Monica (Courteney Cox) e Chandler (Matthew Perry) em lua de mel. Na versão de determinada cena que foi ao ar, as piadas giram em torno da inveja que os dois sentem de outro casal que está à sua frente na fila de embarque de um voo, e ganham diversas cortesias, como um lugar na primeira classe do avião. 

Na versão original, contudo, a cena conteria uma piada capciosa: Chandler levaria o casal para ser interrogado pelos seguranças da companhia de avião. Ao ver uma placa dizendo ser proibida qualquer piada sobre bombas, o personagem de Matthew Perry diz: “Não se preocupem comigo, eu levo minhas bombas muito a sério”. Como o episódio foi ao ar um mês após o ataque terrorista que marcou a história dos Estados Unidos, os produtores consideraram insensível exibir a cena e decidiram regravá-la com um texto completamente diferente.

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Por Um Fio (2003)

(Christine Loss/Twentieth Century Fox/Divulgação)

Em Por Um Fio, Collin Farrell interpreta Stu Shepard, um publicitário mal-sucedido e que trai a esposa, Kelly (Radha Mitchell). Certo dia, ao atender uma ligação na cabine telefônica que ele utiliza para falar com sua amante, Shepard passa a ser ameaçado por um atirador escondido em um dos prédios vizinhos, que informa que irá matá-lo caso ele desligue o telefone. O filme deveria estrear nos Estados Unidos em novembro de 2002, mas foi adiado em razão de ataques a tiros que aconteceram em outubro daquele ano na região de Washington, deixando dez mortos e três feridos. O longa acabou chegando aos cinemas em abril de 2003.

A Entrevista (2014)

(Ed Araquel/Sony Pictures/Divulgação)

James Franco e Seth Rogen vivem, respectivamente, um apresentador e um produtor de um famoso programa de televisão. Quando eles conseguem uma entrevista com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a CIA os recruta para um plano de assassinar o líder norte-coreano. Antes de estrear, no entanto, o filme esteve entre os alvos dos ataques de hackers sofridos pela Sony em 2014. Na época, o grupo autointitulado Guardians of Peace (Guardiões da Paz) ameaçou realizar atos de terrorismo em salas de cinema nas quais o filme fosse exibido.

A princípio, a Sony decidiu engavetar o filme. Contudo, após sofrer diversas críticas, inclusive por parte do presidente Barack Obama, acabou lançando-o apenas em salas de cinema independentes e serviços de streaming. O estúdio gastou 44 milhões de dólares com a produção do longa e arrecadou apenas 33 milhões.

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Atentado em Paris (2016)

(Jessica Forde/StudioCanal/Divulgação)

Neste longa de 2016, Michael Mason (Richard Madden) é um batedor de carteiras que vive em Paris. Quando rouba uma mochila que continha um urso de pelúcia, ele decide se livrar do brinquedo – mas não contava com o fato de que, dentro do ursinho, havia uma bomba que acabaria explodindo e matando quatro pessoas. Tido como um terrorista, ele passa então a ser procurado pela polícia francesa e pelo agente da CIA Sean Briar (Idris Elba). Briar, contudo, logo percebe que o episódio está ligado a uma rede de corrupção formada por policiais franceses e se une a Mason para achar os verdadeiros culpados.

O filme seria lançado no final de 2015, mas foi adiado depois dos ataques terroristas que aconteceram em Paris no dia 13 de novembro daquele ano e deixaram 130 mortos e mais de 350 pessoas feridas. Mas os produtores não conseguiram fugir de outra infeliz coincidência: co-produção francesa, britânica e americana, Atentado em Paris estreou na França em 13 de julho de 2016, um dia antes do ataque terrorista ocorrido em Nice que deixou dezenas de mortos no Dia da Bastilha (ou “Bastille Day”, título original do longa), feriado nacional francês em memória à Tomada da Bastilha de 1789, durante a Revolução Francesa. No longa, o atentado acontece no mesmo feriado em questão. Após alguns dias de exibição no país, a distribuidora StudioCanal decidiu retirar o filme de cartaz em respeito às vítimas do ataque em Nice e seus familiares.

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