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Spielberg mistura melancolia e humor em ‘O Bom Gigante Amigo’

Cineasta retorna ao universo infantil com trama inspirada em livro de Roald Dahl

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jul 2016, 10h30 - Publicado em 28 jul 2016, 09h38

Uma órfã solitária e com insônia avista o que não deve e é sequestrada no meio da noite por um gigante. Ele a leva para uma terra distante e sombria. Lá, a criança descobre que o estranho ser que a roubou é mais amigável do que parece e tão solitário quanto ela. Uma amizade nasce pela mútua necessidade de companhia e proteção. Ele a livra de outros gigantes que comem crianças, e ela o conduz em um processo de autodescoberta.

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A trama que mistura uma dose de melancolia e outra de magia, marinadas com uma pitada de humor, chega aos cinemas nesta quinta-feira sob a assinatura do experiente Steven Spielberg, que ao longo de sua carreira transitou entre suspense, ficção científica, drama de guerra e o universo infantil. Foi neste último campo que ele fez uma de suas mais importantes obras, E.T. – O Extraterrestre, lançado em 1982, mesmo ano em que Roald Dahl publicou O BGA: O Bom Gigante Amigo (Editora 34).

Dahl é autor de diversas tramas levadas para o cinema, como Charlie e a Fábrica de Chocolate, inspiração para os filmes A Fantástica Fábrica de Chocolates (de 1971 e 2005); O Fantástico Sr. Raposo, que deu origem à animação de mesmo nome de 2009; e Matilda, do filme homônimo lançado em 1996. Na maioria dos títulos, crianças muito espertas são inseridas em um mundo por vezes assustador, de seres ambíguos e desfecho feliz.

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O Bom Gigante Amigo não é diferente. Mas parece bem mais interessante na literatura do que no cinema. Spielberg fez da produção um longa doce e amável, mas demasiadamente lento para o público infantil, e muito infantil para o espectador adulto.

Cena do filme 'O Bom Gigante Amigo'

A garotinha Sophie é interpretada por uma afiada Ruby Barnhill, que dá o tom da personagem corajosa, posicionada e também encantadora. Enquanto o bom gigante amigo, apelidado pela inquilina de BGA, foi criado por computação gráfica a partir da atuação do excelente Mark Rylance (vencedor do Oscar de ator coadjuvante em 2016 pelo filme Ponte dos Espiões, outro de Spielberg).

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Ao chegar à casa do gigante, Sophie entra também no mundo íntimo do novo amigo. Ela descobre os medos e tristezas daquele homem, causados pela solidão e pelo bullying praticado por outros grandalhões, e sua vocação: BGA é coletor e distribuidor de sonhos.

A cena em que ele leva Sophie para sua caçada em um bosque invertido dentro de um lago, onde os sonhos são representados por pequenas luzes em movimento, é uma das mais bonitas e bem feitas da produção. O roteiro lento e dramático fica mais agitado e engraçado próximo do final, quando a dupla busca ajuda da rainha da Inglaterra para uma caçada contra gigantes do mal. Piadas flatulentas e uma atuação teatral reforçam a graça da sequência nonsense.

Entre tantas irregularidades, O Bom Gigante Amigo encanta e entedia. Um ajuste no ritmo ajudaria muito. Por enquanto, Spielberg ainda pode se gabar de ter o ótimo E.T. – O Extraterrestre em seu currículo de clássicos do universo infanto-juvenil.

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