‘SOS Mulheres ao Mar’: roteiro previsível, mas boas tiradas cômicas
Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini protagonizam o longa, que estreia nesta quinta. Ao site de VEJA, atriz diz adorar ser como a 'Meg Ryan brasileira'
Comédia romântica é um gênero ainda pouco explorado pelo cinema brasileiro, sobretudo se comparado ao americano. E a mais recente produção nacional do tipo estreia nas salas de exibição nesta quinta-feira: SOS Mulheres ao Mar, protagonizado por Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini, que contracenam também na novela das nove da Globo, Em Família, como o casal Clara e Edu. O roteiro previsível é dirigido por Cris D’Amato e lembra muito o sucesso hollywoodiano do gênero, Surpresas do Coração (French Kiss, EUA, 1995), estrelado por Meg Ryan e Kevin Kline, que mostra as trapalhadas de uma mulher insegura que viaja a Paris em busca do marido que a trocou por uma sedutora francesa.
Leia também:
Comédias são a força que impulsiona o cinema nacional
Em SOS Mulheres ao Mar, Giovanna é Adriana, uma tradutora de filmes pornô que entra em desespero ao se deparar com o pedido de divórcio do marido Eduardo (Marcello Airoldi), apaixonado pela estonteante Beatriz (Emanuelle Araújo). Decidida a reconquistá-lo, ela embarca no mesmo navio em que o ex-marido e a nova paixão planejam partir em lua de mel rumo à Itália. Entre muitas confusões, ela conhece André (Gianecchini), quem, a princípio, ela jura ser gay, e dá novo rumo para sua vida amorosa.
O ingresso vale pelas tiradas cômicas de Thalita Carauta, que interpreta Dialinda, a empregada doméstica de Adriana que vai levar os passaportes para a patroa e sua irmã, Luiza (Fabíula Nascimento), uma produtora fogosa sempre disposta a novas aventuras sexuais, e acaba embarcando junto na viagem.
Como boa parte do filme se passa a bordo de um navio, operado por um dos principais patrocinadores do longa, elenco e equipe passaram vinte dias a bordo do cruzeiro com outras 3.000 pessoas, entre passageiros e tripulantes, que atuaram com figurantes. “Foi uma loucura, abria a porta da cabine e já estava no meio da muvuca”, conta Gianecchini.
Além do transatlântico, o filme tem como locação pontos turísticos em Roma, como a Fontana de Trevi, a cidade de Veneza e o porto de Túnis, na Tunísia.
Filmar em alto-mar rendeu alguns contratempos para Emanuelle, que conta ter passado mal após passar o dia filmando a cena em que sua personagem enfrenta Adriana em uma divertida apresentação no teatro do navio. “Eu, como uma boa baiana, nunca imaginei que fosse enjoar em alto-mar, mas passei maus bocados.”
Leia abaixo entrevista com a atriz Giovanna Antonelli, protagonista de SOS Mulheres ao Mar
Você virou uma espécie de Meg Ryan das comédias românticas brasileiras? Adoro! Eu sempre fui fã dela, tenho uma cultura de comédia romântica muito latente. Sou pisciana e tenho uma alma sonhadora, por isso, sempre gostei desse tipo de comédia. Para dormir, quando deixo a TV ligada, sempre opto por uma comédia romântica, para dormir com boas coisas na cabeça. Poder fazer esse gênero hoje é quase a realização de sonhos juvenis. O Brasil é um espectador tão grande da comédia romântica americana que é incrível nós termos tão poucos roteiros do gênero. Espero que isso comece a mudar.
Pretende se dedicar a mais produções do gênero? Sim, adoraria e fazer outros tipos de filmes também, mas acaba que eu faço muita televisão e às vezes é difícil conciliar as datas das filmagens com as gravações da novela. É impossível fazer as duas coisas ao mesmo tempo por mais que eu tente me desdobrar. Por isso, eu aproveito sempre que eu tenho a sorte de receber um convite na entressafra de duas novelas.
Como esse filme se encaixa na atual safra de grandes bilheterias de comédia no cinema brasileiro? É sempre uma caixinha de surpresas. A gente nunca sabe onde o pirlimpimpim do sucesso toca, mas eu tenho certeza de que a vontade de toda a equipe de ter essa realização é a mesma. Ao mesmo tempo em que concorremos com outras produções, torcemos pelo sucesso de todos porque é uma forma de incentivar o crescimento do cinema brasileiro. Eu acho ótimo termos esse festival de comédias porque tem dias em que a pessoa quer sair de casa para dar risada e comer uma pipoca. O cinema não precisa ser feito apenas de filme cabeça, tem que ter um pouco de humor e amor também.
Como é a parceria com o Gianecchini no cinema e na novela? O Gianecchini é o meu vecchio, eu chamo ele assim. Nem imaginávamos que faríamos dois trabalhos juntos ao mesmo tempo, fizemos o filme antes de saber que íamos contracenar na novela e foi uma grande surpresa.