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Sonho e realidade se fundem nas tintas de De Chirico, que ganha mostra no país nesta sexta

Obra do artista grego, um dos precursores do surrealismo, ganha exposição no país a partir de Porto Alegre, de onde segue para Belo Horizonte e São Paulo

Por Mariana Zylberkan
9 dez 2011, 07h27

O pintor Giorgio De Chirico (1888-1978) tem nome italiano, mas na verdade nasceu na Grécia. Foi só aos 21 anos que De Chirico se mudou para a Itália, onde ficou famoso por pintar quadros em que figuras humanas aparecem sem rosto, sempre perdidas em meio a paisagens oníricas. Considerado um dos precursores do surrealismo, o artista tem uma parcela significativa da produção reunida em De Chirico: O Sentimento da Arquitetura, a sua maior mostra no país, que será aberta ao público nesta sexta-feira na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. A mostra, que depois segue para Belo Horizonte e São Paulo, reúne 66 litografias de 1930, além de 45 pinturas e onze esculturas realizadas pelo artista entre os anos 60 e 70, período conhecido como neometafísico.

De Chirico é considerado vanguardista justamente por ter inaugurado a pintura metafísica. A partir de 1910, após passar pela cidade de Turim, e influenciado pelas ideias dos filósofos Schopenhauer e Nietzsche, ele pinta a sua primeira série, Praças Metafísicas. Espaços vazios, perspectivas irreais e um jogo macabro de luz e sombra causam no espectador uma sensação incômoda de solidão e isolamento e sedimentam a identidade visual e artística de De Chirico.

Cenas sórdidas em que figuras sem rosto aparecem solitárias em espaços vazios e silenciosos, como numa cidade abandonada, povoam as telas de De Chirico até 1919, quando o artista passa a se dedicar ao classicismo. Ele retornará ao estilo inaugural somente em 1948, quando instaurará a fase neometafísica, que desembarca agora no Brasil.

A curadora Maddalena d’Alfonso, responsável pela exposição itinerante do artista, explica que escolheu expor obras da fase tardia do artista por sintetizarem melhor o seu pensamento filosófico. “É a partir do período neometafísico que De Chirico consegue exprimir com plenitude sua visão de mundo e mostrá-la ao público”, diz Maddalena.

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Para a curadora, não houve ruptura ou traição por parte do artista quando ele mergulhou no classicismo – De Chirico foi acusado pelos surrealistas de abandonar a metafísica, ao se voltar para outro tipo de pintura. “Não houve uma quebra, ele apenas sentiu vontade de investigar a origem das artes plásticas. Para De Chirico, a técnica da perspectiva é o cerne da arte por excelência. Mas a exposição mostra que a sua obra é mais que isso, ela é cíclica, volta sempre às mesmas questões.”

A relação entre o homem e a arquitetura é outro tema investigado por De Chirico em sua obra. Inspirado pelo urbanismo das cidades que visitou, como Turim e Paris, o artista exprime em suas telas a memória afetiva que guarda de cada um desses lugares. A praça é um tema recorrente e aparece nos quadros Muse Inquietanti e Piazza d’Italia.

Serviço – As 45 pinturas e onze esculturas de De Chirico que serão expostas na capital gaúcha seguem para a Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, a partir de 20 de março. Em seguida, a coleção parte para o Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde permanece no período entre 29 de junho e 20 de setembro.

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