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Sónar tem atrasos e falhas no som, mas acerta no line-up

Festival faz bem em olhar para o lado menos comercial da eletrônica. Nessa sexta, passaram pelo evento Chromeo, Kraftwerk, James Blake e Skream

Por Carol Nogueira e Raissa Pascoal
12 Maio 2012, 09h26

Ainda falta acertar alguns detalhes, mas o festival Sónar, que começou nesta sexta-feira em São Paulo e vai até este sábado, consolidou-se mesmo como um evento interessante. Ao contrário de outros festivais dedicados à música eletrônica no país, como o Skol Sensation e o Ultra Music Festival, o Sónar olha para o lado menos comercial da eletrônica, trazendo artistas de vanguarda – novos ou velhos. A organização de hoje, no entanto, poderia ter sido melhor.

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Primeiro, o festival perdeu com as grandes filas para retirar os ingressos. Cerca de duas horas após a abertura dos portões, o que aconteceu às 19h, o festival ainda tinha pouquíssimos frequentadores assistindo aos shows. Inicialmente, a organização estimava a passagem de 20 mil pessoas por dia pelo evento, mas o evento teve público na medida no primeiro dia, nem muito cheio, nem muito vazio – a produção não divulgou números.

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A primeira impressão que se tem ao chegar ao complexo Anhembi é a de um local bonito. Não lembra, nem de longe, a estrutura feiosa acostumada a receber eventos “sérios”. Nem tanto pela produção montada pela organização do festival, e mais pelos inúmeros patrocinadores, com seus stands em que a pessoa pode se divertir dançando, tirando fotos, entre outras atividades, no intervalo dos shows.

Um ponto positivo na organização do Sónar foram os banheiros e a alimentação. Além de ter alguns bares localizados em vários pontos, e vendedores ambulantes de cerveja, havia uma grande praça de alimentação logo ao lado do maior palco, o SónarClub. A desvantagem eram os preços (salgados): cerveja a 7 reais e, para comer, uma fatia de pizza ou um copinho de penne com molho por 10 reais.

Carrapetas – A primeira atração de peso do dia era o dj set do inglês James Blake, aclamado no ano passado por ajudar a trazer o dubstep (gênero que se assemelha a um drum ‘n bass mais lento) à tona. No entanto, Blake acabou tocando para um número reduzido de pessoas (talvez porque elas realmente não haviam chegado ou porque ficaram presas na fila para retirar ingresso). O set tocado pelo produtor, recheado de músicas calmas e lineares, também não facitou as coisas. Blake também tocou mais do que deveria (cerca de 2h), o que acabou atrasando todos os shows seguintes. Tomara que nesse sábado, quando apresenta seu live, em que canta e toca ao vivo, não faça o mesmo.

O próximo foi o Kraftwerk, que embora tenha entrado de última hora na programação, com o cancelamento da cantora Björk, foi o destaque da noite. Formado na década de 70, o grupo alemão mostrou canções como The Robots, Autobahn, The Man-Machine e Computer World. Em formato 3D inédito, apresentado somente no Museum of Modern Art de Nova York, o Moma, o grupo atualizou o show que fez por aqui em 2009. Bastante realistas, os efeitos chegaram a arrancar gritos da plateia quando alguns objetos se “aproximavam”. Para acompanhar o show, a plateia recebeu óculos 3D, que, embora em número reduzido em relação à expectativa de público do festival (15.000), lhes serviram bem – muita gente gostou tanto dos óculos que acabou mantendo o acessório pelo resto do festival.

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Embora o grupo tenha sido essencial para a criação da música eletrônica, no show que faz hoje não há nada de surpreendente, já que os instrumentos analógicos usados pelo grupo foram substituídos aos poucos por computadores. Mas ainda é interessante e didático assistir ao Kraftwerk, especialmente o de seu único integrante remanescente, Ralf Hütter, que dá um banho de talento.

Outros destaques – Bem desconhecido do público geral, o rapper alternativo Doom gerou certa controvérsia desde antes do festival começar. Boatos de que ele não viria para o show circulavam com força. Tudo porque, nos Estados Unidos, onde mora, ele tem fama de não gostar de viajar de avião. Como se apresenta usando uma máscara de ferro, fica impossível identificá-lo. Mas, aparentemente, era ele mesmo que arrebatou a plateia nessa sexta.

Quem não queria assistir ao Doom, tinha poucas opções no mesmo horário. Os atrasos nos palcos Club e Hall criaram uma lacuna que obrigava o público a rodar feito barata tonta pelo evento até que algum show começasse. Foi assim com quem quis ver o show do grupo sueco Little Dragon, apresentando-se pela primeira vez por aqui. Além de o show já estar atrasado, demorou até que banda, roadies e técnicos chegassem a um acordo sobre os instrumentos no palco.

O show da banda Chromeo, também em sua primeira vez “de verdade” no Brasil, surpreendeu. A dupla canadense, conhecida por shows enérgicos, fez todo mundo dançar ao som de suas músicas, enquanto o vocalista, Dave 1, se exibia pelo palco com sua guitarra. O começo da apresentação foi prejudicado pelo volume do microfone, que estava muito baixo, e só teve o som aumentado após vários pedidos dele e de seu parceiro, P-Thugg.

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Parecia que nada enlouqueceria a plateia mais do que o Chromeo, mas então chegou o DJ britânico Skream com seu dubstep, gênero em alta na música eletrônica do qual é pioneiro. Mais do que um estilo musical que está tendo o seu momento, o dubstep se mostra revigorante para todos os estilos musicais. O dubstep também é o gênero de James Blake, mas o inglesinho hype não arrebata tanto quanto Skream. Não que o que Skream faça seja extremamente novo. Pelo contrário: ele empresta músicas de outros músicos e até bem mais velhos do que ele – o garoto tem 25 -, como a boa e velha Smells Like Teen Spirit, do Nirvana, que fechou o set. Ainda assim, é um sopro de novidade.

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