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Sem ‘emenda Caiado’, projeto de lei sobre biografias avança no Senado

Mudança criava rito sumário para julgamento de trechos contestados, o que para o mercado editorial poderia provocar uma nova enxurrada de ações judiciais

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 jul 2015, 15h59

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou nesta quarta-feira, em votação simbólica, parecer do senador Romário (PSB-RJ) sobre a publicação de biografias sem a previsão de uma espécie de julgamento sumário de trechos contestados nas obras. No fim da semana passada, Romário retirou do projeto de lei a emenda do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que garantia rapidez na Justiça caso biografados ou herdeiros se sentissem ofendidos e previa eventuais alterações em edições futuras dos livros, com cortes dos trechos questionados. A emenda levava o julgamento dos casos diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF), sem passar por instâncias inferiores, se autor e biografado não chegassem a um acordo na primeira turma recursal.

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Embora o Supremo tenha derrubado a possibilidade de censura prévia a biografias, a emenda de Caiado era considerada um perigo para o mercado editorial e poderia provocar uma nova enxurrada de ações judiciais. Para o senador Romário, a instituição dos ritos sumários para obras biográficas, se mantida no projeto, também poderia levar a decisões judiciais contraditórias. “No âmbito dos juizados especiais, o magistrado poderia entender que ocorreu lesão, logo determinando a exclusão de trecho supostamente ofensivo da obra. Já na vara cível, outro juiz poderia entender que não teria havido configuração de ofensa alguma e que, por conseguinte, certo pedido de indenização não seria procedente”, explicou no seu parecer.

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Na versão aprovada pelo colegiado nesta quarta, assim como na decisão do STF, não será exigida anuência prévia de personagens citados na biografia. O tema ainda será apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, como foi alterado, precisará de nova votação na Câmara dos Deputados. Em termos gerais, o projeto de lei, que tem autoria do deputado Newton Lima (PT), vai alterar o trecho do Código Civil sobre a publicação das biografias, seguindo o que o Supremo definiu como correto.

O senador Ronaldo Caiado, autor da proposta de rito sumário, não participou da votação. Ele próprio briga na Justiça contra o escritor Fernando Morais, que no livro Na Toca dos Leões – A História da W/Brasil, uma das Agências de Propaganda Mais Premiadas do Mundo, afirma que o senador teria defendido a esterilização de mulheres como alternativa para controlar a superpopulação de “estratos sociais inferiores”. O parlamentar ganhou uma indenização milionária pelo episódio, mas o livro mantém o trecho controverso e o caso ainda tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

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