Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Rosto, voz e destino

Mesmo longe do público, Doris Day, morta na segunda 13, aos 97 anos, continuou sempre jovem e jovial na lembrança dele

Por Isabela Boscov Atualizado em 4 jun 2024, 16h10 - Publicado em 17 Maio 2019, 07h00

Para um ator, o rosto às vezes é destino. E Doris Day, morta na segunda-­feira 13, aos 97 anos, no norte da Califórnia, encontrou seu destino no instante em que seu rosto alegre e sereno, de olhos azuis emoldurados por cabelos loiríssimos (de nascença), surgiu na tela, em 1948, em Romance em Alto-­Mar: famosa como cantora de afinação perfeita e timbre cristalino, ela só se tornou inteira ao abraçar a nova carreira e ser igualmente abraçada por ela. Consta que o húngaro Michael Curtiz, diretor dessa estreia (e de nada menos que Casablanca), irrompeu em lamentos quando soube que a aplicada Doris começara a tomar aulas de interpretação — ela era única, era especial, tinha “uma coisa” que nenhuma interferência deveria alterar.

Gosto de alegria e de ser alegre. É tudo o que eu quero, fazer as pessoas felizes.

Doris Day (1922-2019)

Curtiz não tropeçava nos julgamentos. O grande feito de Doris em seus 25 anos como atriz foi ouvi-lo e preservar esse quê especial — uma mistura de castidade e fibra, bom-senso e jovialidade — apesar da fama, da engrenagem dos estúdios, das mudanças nos costumes e da tumultuada vida pessoal, com divórcios, viuvez e falência. Sempre, no rosto da mais bem paga estrela americana dos anos 50 e 60, foi possível adivinhar a presença resoluta de Doris May Ann Kappelhoff, a filha de imigrantes alemães nascida em Ohio. É ela quem conquista Rock Hudson em Confidências à Meia-Noite (1959) e nos dois filmes seguintes que fez com ele; foi ela quem se retirou de cena em 1973, quando julgou que a imagem de virgem salutar já nada tinha a ver com sua idade e com o mundo da liberação sexual. Doris foi se dedicar aos animais, com sua fundação. E, longe dos olhos do público, continuou sempre jovem e jovial na lembrança dele.

Publicado em VEJA de 22 de maio de 2019, edição nº 2635

carta
Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.