Rose McGowan descreve em suas memórias o abuso de Weinstein
'Eu me senti muito suja. Eu tinha sido estuprada e estava triste até as profundezas do meu ser', escreveu a atriz em 'Brave', publicado nos EUA
A atriz Rose McGowan, uma das primeiras mulheres a acusar Harvey Weinstein de abuso sexual, publicou nesta terça-feira as suas memórias, em que detalha como teria sido violentada pelo outrora poderoso produtor de Hollywood. Sob o título Brave (Valente, em tradução livre), o livro da atriz da série Charmed e do filme Planeta Terror (2007) descreve um episódio que teria acontecido em 1997, durante o Festival de Cinema de Sundance.
Rose McGowan tinha 23 anos quando Weinstein a convocou para uma reunião de trabalho a ser realizada em um restaurante, mas depois transferida para o quarto de hotel do produtor. Ao fim de meia-hora de conversa, Weinstein a despiu e a obrigou a fazer sexo oral.
“Eu me senti muito suja. Eu tinha sido estuprada e estava triste até as profundezas do meu ser. Fiquei pensando que ele esteve sentado atrás de mim no cinema na noite que antecedeu (o estupro). Não era minha responsabilidade, mas era como se eu tivesse feito algo para tentá-lo. Isso me fez sentir ainda mais doente e suja”, escreveu.
A atriz, que se refere no seu livro a Weinstein como “o monstro”, disse ter contado o que aconteceu ao ator e diretor Ben Affleck. “Eu disse a ele para parar de fazer isso”, teria respondido o ator, segundo a versão de Rose McGowan, que não foi confirmada por Affleck.
Weinstein pagou posteriormente 100 000 dólares a McGowan em um acordo que não implicava confidencialidade, mas o impedia de denunciá-lo.
Desde que as reportagens do The New York Times e The New Yorker, em outubro do ano passado, revelaram as dezenas de agressões sexuais cometidas por Weinstein, que inspiraram os movimentos Me Too (Eu também) e Time’s Up (Acabou o tempo), Rose McGowan se transformou em um dos rostos mais conhecidos do ativismo feminista contra os abusos sexuais e o machismo em Hollywood.
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