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Restauração de obra famosa de Vermeer revela cupido escondido por séculos

Primeira imagem de versão restaurada de 'Moça Lendo Uma Carta à Janela' recupera figura de anjo que posteriormente fora apagada por outra pessoa

Por Amanda Capuano 24 ago 2021, 11h00

A primeira imagem da restauração de Moça Lendo uma Carta à Janela (1657-59), um dos quadros mais famosos do holandês Johannes Vermeer, foi revelada hoje pela Galeria Gemäldegalerie Alte Meister, em Dresden, na Alemanha, e divulgada pelo site especializado Art Newspaper. Na obra restaurada, é possível ver o quadro de um cupido que passou séculos escondido por trás de uma parede branca – a mudança na composição é tão significativa que o museu apelidou a obra como “o novo Vermeer”.

Parte do acervo do museu há 250 anos, o quadro teve seu “segredo” revelado em 1979, quando o cupido oculto apareceu durante uma radiografia da obra – o desenho ganhou mais detalhes em 2009, a partir de uma espécie de fotografia infravermelha. Supunha-se, na época, que Vermeer tivesse se arrependido de alguma forma da adição, e coberto o anjo com a parede que adornou o fundo da obra por séculos. Mas a suposição caiu por terra em 2017, quando conservadores do museu deram início ao processo de restauração.

Vermeer
Moça Lendo Uma Carta à Janela, de Vermeer, parcialmente restaurado (Gemäldegalerie Alte Meister, SKD, Wolfgang Kreische/Reprodução)

Para expor o desenho, os profissionais usaram um bisturi e um microscópio para remover meticulosamente as camadas de tinta sobre o cupido. No meio do caminho, descobriram que o pigmento usado na parede de fundo tinha “propriedades de solubilidade” diferentes das demais partes da obra. Uma investigação posterior, que incluiu testes laboratoriais, apontou que havia camadas de algum agente de ligação e de sujeira entre a imagem do cupido e a pintura sobreposta. Com isso, os pesquisadores concluíram que várias décadas teriam se passado entre a conclusão de uma camada e a adição da seguinte, e que Vermeer não era o responsável por esconder o cupido.

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A descoberta foi revelada ao público em 2019 e, na época, a conservadora do museu, Uta Neidhardt, apontou a experiência como a “mais sensacional” de sua carreira. “A pintura se torna diferente”, analisou em reportagem do site especializado Art Newspaper.

Agora, a peça restaurada será exibida a partir do dia 10 de setembro como atração principal de uma exposição intitulada Johannes Vermeer: ​​On Reflection, disponível para visitação até 2 de janeiro de 2022 na Gemäldegalerie, em Dresden. Além da obra restaurada, a exposição terá ainda outras nove pinturas de Vermeer, uma das mostras mais significativas do mestre holandês feita nos últimos anos.

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