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Reforma urbana leva Liverpool a perder status de patrimônio da Unesco

Projetos modernos na orla do porto causaram uma "perda irreversível" do "valor universal excepcional" das docas vitorianas, tombadas pelo órgão em 2004

Por Tamara Nassif 21 jul 2021, 15h01

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) anunciou nesta quarta-feira, 21, a saída do porto de Liverpool da lista de Patrimônios Mundiais da Humanidade. Segundo o órgão vinculado à ONU, os modernos projetos desenvolvidos na região causaram uma “perda irreversível” do “valor universal excepcional” de suas docas vitorianas, que renderam à cidade inglesa o cobiçado status em 2004.

A decisão partiu de uma reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, em que treze membros votaram a favor da saída do porto e outros cinco votaram contra. A ameaça da perda do status pairava sobre Liverpool desde 2012, quando a instituição alertou que o desenvolvimento do projeto Liverpool Waters, de 5,5 bilhões de libras esterlinas (quase 40 bilhões de reais), mudaria significativamente o horizonte da cidade e destruiria o valor histórico da orla.

“O projeto, desde então, foi levado adiante, junto a outros desenvolvidos dentro e fora do local”, disse a Unesco em comunicado enviado à imprensa. “O Comitê considera que essas construções são prejudiciais à autenticidade e integridade do porto.” Além do Liverpool Waters, o estádio Everton FC, construído nos arredores, também influenciou na resolução.

A saída da lista é um golpe duro para Liverpool, que, até então, tinha seu porto ao lado de monumentos como Taj Mahal e a Grande Muralha da China. Desde 2004, o lugar ganhou notoriedade por seu papel de grande potência comercial durante o império britânico e pela beleza arquitetônica da orla. Agora, é o terceiro sítio a perder o status de Patrimônio Mundial da Humanidade desde a criação da lista, em 1978. Os outros dois são o Santuário do Órix da Arábia, em Omã, retirado em 2007 por causa da prospecção e busca de petróleo, e o Vale do Rio Elba, na Alemanha, que saiu em 2009 em virtude da construção de uma ponte. “Qualquer exclusão da lista é uma perda para a comunidade internacional e para os valores e compromissos compartilhados internacionalmente sob a Convenção do Patrimônio Mundial”, disse o comitê.

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A prefeita da cidade, Joanne Anderson, recebeu a notícia com consternação. Em comunicado em vídeo no Twitter, disse estar “extremamente desapontada e preocupada” e que “é muito difícil compreender como a Unesco prefere ter as docas vazias a um estádio como o Everton”. A prefeitura planeja recorrer da decisão.

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