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Queda nas vendas e dúvidas nas passarelas de Milão

Por Da Redação
19 set 2012, 14h03

A Semana de Moda de Milão começa nesta quarta-feira em clima de apreensão após resultados negativos na indústria de moda italiana, devidos em parte à crise do euro. Apesar de a indústria tentar reagir, tentando driblar a crise atendendo à demanda dos mercados emergentes, especialmente Índia e China, que atualmente é o terceiro maior mercado de luxo do mundo, a economia ainda está em maus lençóis e o ar de tristeza que tomou conta do país.

Na semana passada, o setor previu uma queda de 5,6% para 2012, alcançando um faturamento de 60,2 bilhões de euros (ante 79 bilhões de dólares no ano passado), maior que a estimativa anterior, que era de 5,2%. Os dados, é claro, foram considerados “não muito tranquilizadores” pela Câmara Nacional de Moda da Itália. O clima de tensão atingiu um pico na semana passada, quando o estilista Roberto Cavalli acusou a câmara, que organiza a Semana de Milão, de não apoiar as marcas italianas menos conhecidas.

Em seu blog, Cavalli acusou a instituição de permitir que o “Pequeno Rei” Armani mudasse o calendário de seus desfiles de segunda-feira para domingo, deixando-o em apuros, já que somente as marcas mais famosas desfilariam no dia do encerramento, e ele teme que os jornalistas e compradores deixem o evento mais cedo. “Cavalli sempre foi um membro da câmara. Eu acho que Armani é membro também, mas cada uma de suas escolhas é percebida como uma ordem! A Câmara Nacional de Moda apoia apenas os nomes mais famosos, dando às pequenas empresas o que sobra”, escreveu.

Até a próxima terça-feira, 68 marcas vão levar suas coleções de Primavera-Verão 2013 às passarelas montadas em palácios, monumentos e parques pela cidade de Milão. O evento abre suas portas com o desfile da Gucci nesta quarta-feira, seguido por Prada, na quinta-feira, Versace e Etro na sexta-feira, Jil Sander e Fendi no sábado, Giorgio Armani e Dolce & Gabbana no domingo e Roberto Cavalli na segunda-feira.

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Emergentes — A marca de luxo italiana Prada divulgou recentemente que suas vendas em seis meses de 2012 cresceram 36,5% graças principalmente às vendas na Ásia, e muitas marcas estão recebendo ajuda de compradores asiáticos, sedentos pelas últimas tendências em sapatos e bolsas. Apesar disso, a marca britânica Burberry chocou o setor na última semana divulgando suas piores vendas desde o início da crise financeira, aumentando os temores de que uma desaceleração no crescimento da China possa piorar ainda mais a indústria da moda.

A Burberry alertou sobre problemas em toda a indústria do luxo e seu anúncio provocou uma onda de incerteza em todo o mundo da moda global. Em um encontro recente sobre moda em Milão, as gigantes do luxo disseram que passam por dificuldades de expansão na China, onde enfrentam altas taxas de importação.

O presidente da Câmara Nacional de Moda da Itália, Mario Boselli, disse na semana passada que “a China, apesar de alguns problemas, ainda é um mercado muito atrativo.” Boselli insiste, porém, que “o apoio das instituições, ajudando tanto o setor público quanto privado, é necessário” para manter o “fabricado na Itália” competitivo.

O apelo ecoou em Silvio Albini, presidente da associação internacional da indústria têxtil Milano Unica, que pediu ao primeiro-ministro italiano Mario Monti para não esquecer o setor, em lugar para se salvar da crise financeira. “Você sabe muito bem os problemas que pesam sobre a indústria: taxação excessiva, alto custo de produção, dificuldade de financiamento uma indústria que precisa de inovação constante, burocracia… nós precisamos saber que você está nos apoiando”, diz Albini.

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Em junho, o estilista Giorgio Armani falou de sua frustração sobre os esforços de revitalizar o país, endividado com os problemas no setor cultural. “Nós não somos mais felizes em nossa Itália. Acredito que estamos caminhando para uma situação perigosa. Às vezes eu penso em deixar o país”, diz.

Albini pede que as marcas e seus líderes deixem as antigas rivalidades e a competição de lado e “se unam. Porque os desafios que enfrentamos serão superados com o trabalho em equipe, não com individualismos.”

(Com agência France-Presse)

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