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Q-Tip, mestre do beatmaker, participa do festival em SP

Por Da Redação
9 dez 2011, 09h30

Por AE

São Paulo – No início dos anos 90, o Native Tongues surgiu como uma resposta às letras vaidosas e materialistas que ainda se calcificavam como características principais do hip-hop. O coletivo era composto pelos grupos De La Soul, Jungle Brothers e A Tribe Called Quest, todos cruciais para o desenvolvimento do rap, com discursos que rimavam ideias positivas. Prezavam também pelas raízes da cultura afro-americana. Valorizavam o “eu” negro sem banhá-lo em ouro, calçá-lo com Nikes ou contar vantagens da vida fora da lei (temática que explodiria com a febre do gangsta rap). Eram os mocinhos de um gênero que logo seria protagonizado por bandidos. Mas de bobos nada tinham, pois o suingue e a malandragem continuavam ali, só não eram expostos de forma crua.

Um dos craques dessa leva é o Q-Tip, mestre beatmaker (citado entre os melhores de todos os tempos) e rapper de fluxo rítmico impecável, adornado por rimas ecléticas que já falaram sobre vegetarianismo, sexo seguro e viagens de carro. Q-Tip fará parte do Festival Batuque, a ser realizado este fim de semana no Sesc Santo André, com a participação do DJ Prince Paul, outro veterano bamba do hip-hop, além de Criolo, Ogi e Doncesão, titulares do primeiro time do rap brasileiro.

Junto ao não menos brilhante Phife Dawg, Tip foi um dos cabeças do A Tribe Called Quest. O grupo consolidou definitivamente o elo entre o hip-hop e o jazz, produzindo obras-primas prenhes de inventividade e malemolência, como o disco “Low End Theory”, de 1992, que explora texturas jazzísticas em parceria com o baixista Ron Carter, parceiro de Miles Davis. Uma breve ouvida em “Check The Rhyme” e nada mais precisa ser dito. O Tribe ainda está na ativa, embora o clima entre Phife e Tip seja tenso.

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Mesmo assim, Q-Tip toca uma notável carreira solo que já rendeu pérolas como o disco “The Renaissance”, de 2008. “Eu continuo fazendo música como sempre”, conta o monossilábico rapper, dono de uma voz tímida, em entrevista à reportagem. Quando a conversa chega no rap de hoje em dia, e se ele ainda vê a música dele como anti-establishment, Q-Tip surpreende ao não ter o discurso ranzinza de praxe: “Há coisas muito boas. ASAP Rocky. Earl Sweatshirt (o membro sumido do coletivo Odd Future) são rappers excelentes. A música de hoje é um desafio para que eu possa seguir meu caminho, desenvolver minha sensibilidade, e realizar a minha visão”, conta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Q-TIP – Sesc Santo André (Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, Santo André). Telefone 4469-1200. Sáb. e dom., 18 h. R$ 8 a R$ 32.

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