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Público recebe bem o brasileiro ‘O Lobo atrás da Porta’

Primeiro longa-metragem do diretor de curtas Fernando Coimbra tem Fabíula Nascimento, Milhem Cortaz e Leandra Leal como triângulo amoroso

Por Mariane Morisawa, de Toronto
12 set 2013, 19h10

Milhem Cortaz provocou risadas da plateia quase cheia do Scotiabank Theatre 3, em Toronto, ao se sentar no palco pouco depois da projeção de O Lobo atrás da Porta, de Fernando Coimbra. “Estou muito emocionado, nem consigo falar direito”, disse o ator, que ainda não tinha visto o filme. O Lobo atrás da Porta teve a sua estreia mundial no Festival de Toronto, na noite desta quarta-feira. Leandra Leal foi igualmente aplaudida ao subir ao palco depois da projeção, com cerca de 80% da plateia de 387 lugares ocupada.

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O Lobo atrás da Porta é baseado em um caso que ficou famoso nos anos 1960 no Rio de Janeiro. Na trama que se passa nos dias de hoje, Sylvia (Fabíula Nascimento) vai buscar a filha na escola e descobre que a menina foi levada por uma mulher que se disse sua vizinha. Na investigação da polícia, seu marido Bernardo (Milhem Cortaz) é obrigado a admitir que tem uma amante, Rosa (Leandra Leal). O filme se passa nos subúrbios cariocas nos dias de hoje – um cenário pouco visto na produção cinematográfica brasileira.

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Em seu primeiro longa-metragem, Coimbra (dos curtas Trópico das Cabras, de 2007, e O Retrato de Deus Quando Jovem, de 1996) mostra domínio da dramaturgia e dos aspectos formais. O filme traz duas versões: a de Bernardo e a de Rosa. O tom é contido, quase seco mesmo, apesar de reproduzir a verborragia do carioca do subúrbio. A explosão vem apenas no final. Aqui não há dramas sociais, mas sim paixões humanas. Poderia ser em Marechal Hermes ou no Queens, em Nova York. A violência, aqui, está dentro de cada ser humano: basta um gatilho para que venha à tona.

O Lobo atrás da Porta difere de boa parte da produção brasileira e marca uma estreia impressionante de seu diretor, com destaque também para os três atores principais. O público mostrou entusiasmo na sessão de perguntas e respostas após a exibição oficial. Coimbra contou como foi o início do projeto. “Fiquei sabendo dessa história, e de como a mulher que sequestrou a criança foi chamada de monstro e de besta. Eu não concordo com o que ela fez, mas acho que é algo humano, não inumano.” Milhem Cortaz contou que foi um trabalho difícil, porque ele tinha se tornado pai fazia pouco tempo.

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Um espectador perguntou sobre o trabalho de câmera e a fotografia de Lula Carvalho, que chamou de inovadores. “No caso dos depoimentos, queria uma câmera objetiva, na mão. Nas versões de Bernardo e Rosa, a câmera é subjetiva, com planos-sequência, sem cortes”, explicou Coimbra. “Eu e o Lula Carvalho começamos juntos nos curtas-metragens, e hoje ele está fazendo a fotografia de Robocop.”

O trabalho dos atores foi destacado por outro membro do público. O diretor explicou que houve três semanas de leituras e ensaios e que, quando o ator alcançava a emoção certa da cena, ele parava para continuar apenas na filmagem. Leandra Leal elogiou Coimbra. “Ele é muito preciso e sabe exatamente o que quer”, contou. Para ela, filmar em plano-sequência foi fundamental, especialmente numa cena de briga bem forte entre Rosa e Bernardo. “Dá uma sensação de estar vivenciando aquilo mesmo”, completou a atriz.

O Lobo atrás da Porta passa no Festival de San Sebastián, na Espanha, e estreia no Brasil na mostra competitiva da Première Brasil, no Festival do Rio.

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