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Primeiro filme de Hitchcock encontrado na Nova Zelândia chega a Hollywood

Por Por Neil Sands
21 set 2011, 14h14

O primeiro filme conhecido de Alfred Hitchcock será exibido pela primeira vez esta semana em Los Angeles, depois de descobertas, na Nova Zelândia, preciosas latas de filmes preservadas por um projetista, que contrariou o costume nos anos 1920 de jogá-las fora.

Os três primeiros rolos de “The White Shadow” (A sombra branca, em uma tradução livre), filmado em 1923 ficaram esquecidos por décadas no refúgio de um jardim de Hastings, na ilha do norte da Nova Zelândia. Também foram descobertos lá outras centenas de filmes mudos.

A coleção foi reunida por Jack Murtagh, um projetista descrito como “um colecionador inveterado” pelo diretor dos Arquivos de Cinema da Nova Zelândia, Frank Stark. Ele trabalhava no cinema da cidade na primeira metade do século XX.

Incapaz de jogar fora os rolos que passavam por suas mãos, Jack Murtagh, morto em 1989, os conservou e, assim, legou aos Arquivos um verdadeiro tesouro dos primórdios de Hollywood.

No ano passado, arquivistas localizaram um filme de John Ford considerado desaparecido, intitulado “Upstream”.

“The White Shadow” foi dirigido pelo britânico Graham Cutts, mas Alfred Hitchcock trabalhou nele como roteirista, cenógrafo, editor e assistente. No entanto, o estilo daquele que se tornaria o mestre do suspense está tão evidente que ele, na época com 24 anos, é considerado o diretor real.

Este melodrama de atmosfera selvagem conta a história de duas irmãs, uma angelical e outra rebelde e desavergonhada.

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O filme será exibido, esta quinta-feira, na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas – que organiza a entrega do Oscar -, como ocorreu com “Upstream” um ano atrás.

Para Franck Stark, a descoberta dos filmes de Hitchcock, falecido em 1980, e de John Ford representa uma oportunidade de ouro para estudar os momentos iniciais destes dois diretores lendários.

“Estes filmes foram plataformas de lançamento para personalidades do cinema mundial. Os especialistas reconhecerão de olhos vendados a mão destes mestres”, declarou.

Um tesouro cinematográfico como este só poderia ser encontrado na Nova Zelândia, a 11.000 km de Hollywood, explicou. Nos primórdios do cinema, um número limitado de cópias era enviado ao exterior e a Nova Zelândia estava no fim da fila.

“Quando os filmes chegavam aqui, estavam ao final do percurso de distribuição”, explicou Franck Stark. O hábito dos estúdios era jogar fora os rolos porque não podiam pagar para recuperar estes filmes como os quais não sabiam o que fazer.

Jack Murtagh e outros apaixonados pelo cinema preferiram guardá-los.

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O clima seco e temperado de Hastings permitiu conservar em bom estado filmes da época, cópias de nitrato, muito frágeis e extremamente inflamáveis.

Deformados e deteriorados, foram restaurados no estúdio Park Road, do diretor neozelandês Peter Jackson (“O Senhor dos Anéis”) e copiados para suportes atuais.

Segundo Frank Stark, a maioria dos filmes conservados por Jack Murtagh vinham dos Estados Unidos e quase todos foram examinados por especialistas nos últimos anos.

Mas restam fitas europeias, que chegaram aos Arquivos por outros colecionadores que ainda não foram examinadas e poderiam aparecer mais tesouros que se acreditavam perdidos.

“São centenas de títulos e, por enquanto, não temos nem ideia do que pode haver ali”, declarou o diretor dos Arquivos.

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