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‘Pegando Fogo’ parece saboroso, mas trama superficial apenas dá fome

Filme estrelado por Bradley Cooper apresenta chef em busca de redenção

Por Daniel Dieb
10 dez 2015, 15h08

A gastronomia está em alta na TV brasileira. Programas como Masterchef, na Band, e Hell’s Kitchen, no SBT, ambos cópias de formatos criados no exterior e importados pelas emissoras, são sucesso de audiência e movimentam muitos comentários nas redes sociais. Seguindo a tendência mundial, o filme Pegando Fogo, estrelado por Bradley Cooper (Sniper Americano) e que entra em cartaz nesta quinta-feira, parece um típico programa de culinária, com direito a trama de superação pessoal e profissional.

Cooper interpreta o chef Adam Jones, que busca por sua terceira estrela no rigoroso guia Michelin. Perfeccionista e competitivo, o chef angaria desafetos por onde passa. Infelizmente, sua tentativa de ascensão é insossa, enquanto seu passado misterioso, que parece mais interessante, é narrado sem profundidade pelo personagem ao longo do roteiro.

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O longa, dirigido por John Wells (Álbum de Família), começa com Jones abrindo ostras em um pequeno restaurante em Nova Orleans, Estados Unidos. Após abrir e comer o milionésimo molusco (ele anota a contagem em um caderno), o chef parte para Londres, onde procura antigos amigos de cozinha com o intuito de juntá-los em um novo restaurante, na expectativa de alcançar seu objetivo. Jones convida Helene (Sienna Miller, também de Sniper Americano), Max (Riccardo Scarmarcio, de O Primeiro que Disse) e Michel (Omar Sy, de Intocáveis). O último, aliás, teve seu restaurante fechado na França após a vigilância sanitária encontrar ratos, que foram lançados no local por Jones.

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A primeira parte de Pegando Fogo é promissora. O chef dá pistas sobre seu passado, sem revelá-lo totalmente, ao passo que suas motivações e ambições são apresentadas ao espectador em visitas semanais à psicóloga Dr. Rosshilde, vivida por Emma Thompson. O perfeccionismo atinge todas as áreas de sua vida, desde os pratos até as relações pessoais, condição que o deixa frustrado por sua impossibilidade. Sendo assim, as três estrelas Michelin seriam, aos seus olhos, uma redenção. Perfeccionista também é o retrato do preparo das comidas, com cores e montagens salivantes, acompanhadas de belíssimas louças e chamas flamejantes nos fogões. Pena que os melhores momentos do filme param por ai.

Cooper interpreta o protagonista de forma caricata e nada empática. Suas explosões de raiva são claramente inspiradas nas do chef celebridade Gordon Ramsay, da versão americana do reality Hell’s Kitchen. O passado dele, aliás, só é visto com mais intensidade em Londres, quando surge sua ex, Anne Marie (Alicia Vikander), e dois traficantes, que lhe cobram uma dívida antiga. A queda de Jones e seus vícios, elementos que dariam um lado mais real à trama, são jogados de escanteio.

Por fim, o espectador fica com fome do que parece ser a melhor parte da história, e deve se contentar apenas com o aperitivo. Assim como anúncios de restaurantes avisam que a imagem é meramente ilustrativa, o mesmo ocorre com Pegando Fogo, que na primeira mordida parece saboroso, entretanto revela-se sem tempero.

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