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Peça ‘Os Ruivos’ chega a SP após passar por 8 Estados

Por Da Redação
24 ago 2011, 09h40

Por AE

São Paulo – Muito antes de descobrir o termo bullying, o carioca Pedro Monteiro já era massacrado. Único ruivinho da classe, via grudar em sua pele alva e sardenta apelidos tão absurdos quanto “arroto de Fanta”, “água de salsicha” e “maçarico”. Ficou aterrorizado ao notar que Chucky, aquele brinquedo assassino, tinha cabelos vermelhos como ele; vibrou ao perceber que o destemido boneco Falcon, também. Formado ator, decidiu dar o troco.

Com o amigo Leonardo Neves (que, por sua vez, é negro) escreveu a comédia “Os Ruivos”. Desde outubro de 2008, faz rir plateias de todos os matizes, com histórias vividas por ele e outros cabeças-vermelhas. A direção é de Cynthia Reis. A estreia foi tímida, no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio, perto de sua casa. Desde então, foram oito Estados, do Pará ao Rio Grande do Sul, e quase 50 cidades. Hoje, “Os Ruivos” aportam no Teatro Folha para uma temporada de um mês, sempre às quartas e quintas, às 21 horas.

“A peça mudou muito”, conta Pedro, que divide as piadas com outra representante da “minoria rubra brasileira”, Thábata Tubino. “Quando estreamos, não sabíamos ao certo como seria a reação. Foi uma surpresa perceber que o público ria muito daquelas histórias, e de quando eu perguntava por que ruivo não tem cota na universidade, não paga meia-entrada em dermatologista, e quando digo que nunca existiu um candidato ruivo à Presidência. Depois disso, o tema do bullying estourou na mídia e foi ficando mais claro que a peça falava sobre o preconceito.”

Os representantes da “comunidade rubra” que atendem ao chamado dão suas contribuições, entregam outros apelidos. Identificam-se quando os atores reforçam a camada de protetor solar em cena, dividem as dificuldades vividas no verão do País tropical e a chateação por volta e meia serem confundidos com estrangeiros. Sentem-se em casa quando são lembrados ruivos célebres, como o cantor Nando Reis e o ator Ferrugem, ou mesmo o bochechudo boneco Fofão e o irritante palhaço Bozo.

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Entre os gaúchos, a adesão à “causa” do “movimento vermelho” foi ainda mais intensa: lá os atores encontraram a maior quantidade de ruivos (segundo os dados que apresentam, apenas 1% dos brasileiros têm os cabelos naturalmente avermelhados). “Decretamos em cena aberta que a cidade de Flores da Cunha (colonizada por italianos) é a capital nacional dos ruivos”, conta Pedro, que vem do Tablado e ficou conhecido depois de estrelar, com o cantor Beto Barbosa, a propaganda de cerveja com a música “Adocica” – o blazer verde, a pochete ridícula e a sunga viraram fantasia de carnaval das mais vistas no Rio.

A brincadeira foi além: Os Ruivos chegaram aos sem-teatro. Com o apoio de prefeituras, o projeto Teatro Sem Preconceito leva a peça gratuitamente a auditórios, clubes e espaços públicos. Em Conceição do Araguaia, no Pará, boa parte dos 300 presentes à praça principal nunca tinha vivido a experiência teatral. Em Cidade Tiradentes, a apresentação é sexta agora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Ruivos – Teatro Folha (Av. Higienópolis, 618, Shopping Pátio Higienópolis). Tel. (011) 3823-2323. Quarta e quinta, às 21h. R$ 10/R$ 20. Até 29/9.

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