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Paola Carosella: ‘Tive de mostrar que era forte como os homens’

Chef argentina conta em seu livro, ‘Todas as Sextas’, que era a única mulher em algumas das cozinhas em que trabalhou – e que precisou se impor

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 nov 2016, 18h50 - Publicado em 30 nov 2016, 18h27

Única chef mulher a integrar o elenco do MasterChef Brasil, Paola Carosella já está um tanto acostumada a ser a única representante do sexo feminino em seu trabalho. No livro Todas as Sextas (Melhoramentos, 352 páginas, 139 reais), lançado recentemente, a chef argentina menciona, em algumas passagens, que era a única mulher em várias das cozinhas em que trabalhou. No volume, Paola conta sua trajetória e ensina a preparar alguns dos pratos do menu executivo de sexta-feira de seu restaurante, o Arturito, em São Paulo.

À reportagem do site de VEJA, que a chef recebeu em sua casa há duas semanas, a jurada do MasterChef falou sobre machismo e assédio, entre outros assuntos. Ela afirma que, em alguns momentos de sua carreira, precisou se impor para mostrar ser igual aos colegas, mas acredita que o machismo não está só na cozinha. “O mundo é um ambiente machista. Uma redação de jornal também é, um hospital, um avião, um escritório de advocacia. Não sei se a cozinha é diferente disso.”

Confira abaixo um trecho da entrevista:

Em vários momentos do livro, você diz que era a única mulher em cozinhas cheias de homens. Chegou a sentir o machismo na pele? Machismo não, porque eu não era muito consciente de que isso era um assunto, comecei a tomar consciência disso bem mais adulta. Para mim, o fato de eu ser a única mulher na cozinha se dava porque na época não havia muitas mulheres que queriam ser cozinheiras, portanto tinha mais homens na cozinha. Acho que as mulheres não queriam essa profissão porque era difícil, estressante. Mas sim, eu senti um pouco o peso de precisar demonstrar que não tinha diferença nenhuma entre a resistência, a força física, a capacidade, o grito, a força deles e minha. Precisei demonstrar que eu era tão forte quanto eles.

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Chegou a se sentir desrespeitada em algum momento por ser mulher e estar trabalhando na cozinha? Se isso aconteceu, provavelmente era porque eu ainda não sabia me posicionar, não por ser mulher. Eu acho que nós ganhamos respeito nas nossas profissões não por ser mulheres ou homens, mas pela forma como a exercemos. Nunca senti que, por ser mulher, eu estava sendo desrespeitada.

Já foi assediada enquanto trabalhava? Se aconteceu, não me lembro. Sabe o que acontece? Esse tema está muito em voga agora, mas, vinte anos atrás, não era um assunto corrente. Quando uma coisa está sendo bastante discutida, você se lembra mais dos detalhes. Não era um assunto sobre o qual se falasse naquela época, então, se existiu, eu não reparei como tal, não tenho lembrança disso.

A cozinha pode ser um ambiente machista? O mundo é um ambiente machista. Uma redação de jornal também é, um hospital, um avião, um escritório de advocacia. O mundo é um ambiente machista, não sei se a cozinha é diferente disso.

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