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O retorno triunfal de Eddie Murphy em ‘Meu Nome É Dolemite’, na Netflix

Longe dos holofotes, o ator volta às telas em filme sobre o irreverente ídolo da comédia americana que o inspirou

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 out 2019, 11h09 - Publicado em 25 out 2019, 07h00

O comediante Rudolph Frank Moore (1927-2008) apostou todas as cartas na ideia fixa de cravar um espaço no show business. Foi dançarino, cantor e mestre de cerimônias. Aos 40 e poucos anos, nenhum de seus talentos parecia ter potencial de emplacar. A virada veio da rua: ao ouvir um mendigo que contava anedotas de escravos, Moore deu forma ao personagem Dolemite. Com roupas extravagantes e uma peruca fora de moda, o ator subia ao palco com seu histriônico alter ego para narrar, de forma ritmada, as aventuras do mulherengo de autoestima superelevada, humor sexualmente explícito — e atenção demasiada à potência erótica de seu dito-cujo. A saga do artista é contada no voluptuoso filme Meu Nome É Dolemite, que chega na sexta-­feira 25 à Netflix.

Moore é interpretado por um inspirado Eddie Murphy, herdeiro direto do veterano e escolha perfeita para o papel. A trajetória de um se reflete na do outro. Assim como o ídolo, Murphy brilhou nos palcos da stand-up com um ácido humor racial. A habilidade de vestir diferentes personas, porém, foi elevada por ele a um outro patamar: talento que fez de Murphy o primeiro protagonista negro de destaque do humorístico Saturday Night Live, e lhe rendeu o título de astro do cinema com filmes clássicos como Um Príncipe em Nova York (1988) e O Professor Aloprado (1996).

Há uma década, porém, o ator se resignou a papéis pífios e à dublagem da voz do burro de Shrek. Meu Nome É Dolemite marca o retorno de Murphy ao lugar de que ele gosta: o centro dos holofotes. O longa frisa o desejo constante de Moore pela reinvenção. A baixaria proferida por ele atravessa os bares de Los Angeles e viaja o país em discos de vinil. Em seguida, une um hilário grupo de principiantes para fazer um filme, movimento que deu vazão nos anos 70 ao blaxploitation — longas feitos por negros e para negros: onda que Murphy surfaria na década seguinte. Se continuar nos passos de seu insolente mestre, Murphy fará da maturidade o melhor lugar para aperfeiçoar o que já era bom.

 

Publicado em VEJA de 30 de outubro de 2019, edição nº 2658

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