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O prazer de criar um livro sem palavras

Escritor capixaba cria livro de quadrinhos sem texto, para público adolescente, e desperta interesse de editora estrangeira

Por João Marcello Erthal
15 nov 2010, 17h13

Na era dos e-books, da pirataria e dos muitos formatos que um livro pode ter, o percurso de um autor, da ideia até a publicação, pode tomar um caminho bastante tortuoso. No caso do jovem escritor e desenhista capixaba Estevão Ribeiro, conquistar um espaço no mercado foi, por assim dizer, um arriscado exercício de desapego. O sétimo – e talvez mais promissor – livro concebido por Estevão tem de tudo, menos palavras, o que empurra o criador da história para o quase anonimato. Mas, dados os resultados e a aceitação do projeto, ele não se importa com a falta de reconhecimento – nem tem do que reclamar.

‘Pequenos Heróis’, um livro de quadrinhos dedicado ao público adolescente, chegou às prateleiras no mês passado, pela editora Devir, de São Paulo. Simultaneamente, o projeto de Estevão, com oito histórias ilustradas por nove artistas, conseguiu algo raro e difícil para autores iniciantes: a obra já tem editora e será lançada nas próximas semanas também nos Estados Unidos, pela editora 215 Ink, especializada em livros digitais – atualmente, estão sendo finalizadas as capas da versão em e-book. “Este projeto é a maior vitrine que já produzi para meus parceiros. Há uma dificuldade dos leitores de entender que há um escritor por trás das histórias, mas não me importo”, diverte-se Estevão, que, simultaneamente a Pequenos Heróis, tenta emplacar seu primeiro romance – ‘A corrente’, uma trama de terror lançada pela editora Draco, de São Paulo.

A primeira dificuldade para realizar o projeto foi explicar para os próprios ilustradores do que se tratava o livro “sem texto”. Como alguns dos artistas ficavam intrigados com a ideia apresentada por Estevão, ele e o coeditor Mário Cesar, também capixaba, fizeram a primeira das oito histórias. Super Bro, inspirada no Super-Homem, era, então, mostrada em sua versão quase final aos demais convidados a participar, e, a partir daí, “a ficha caía”: “São oito histórias de crianças, inspiradas nas personalidades, nos poderes e nos inimigos de oito super heróis”, resume o autor, que começa a colher os frutos da ‘falta de palavras’ do livro. Afinal, não ter texto significa que as páginas já estão prontas para qualquer idioma.

“Há muitos autores de quadrinhos que escrevem e desenham a própria história. De uns tempos para cá, o Brasil até exporta desenhistas, que são mão de obra para os criadores de histórias. Mas o mercado de roteiristas de HQ no Brasil ainda é limitado”, explica Estevão, que, mesmo fora da lista oficial de lançamentos da Rio Comicon, improvisou uma tarde de autógrafos na feira, encerrada no domingo no Rio.

A seguir, ‘Garoto das Trevas’, uma das histórias do livro, inspirada no personagem Batman.

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