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O pop blasé e criativo de Billie Eilish, o novo prodígio teen da música

Aos 16 anos, cantora é queridinha dos adolescentes alternativos pelo estilo melancólico, visual rebelde e clipes feitos na medida para telas de celulares

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 out 2018, 10h16 - Publicado em 19 out 2018, 08h30

À primeira vista, a americana Billie Eilish pode assustar os pais que vasculham o Instagram ou vídeos do YouTube vistos pelos filhos adolescentes. Com roupas largas e, por assim dizer, peculiares, feições pouco convidativas e um clipe no qual interage com aranhas, Billie, contudo, é inofensiva — e uma artista que promete. Com apenas dois anos de carreira e menos de dez músicas lançadas em singles e um EP, don’t smile at me, a cantora, dançarina e artista visual de 16 anos soma mais de 2,5 bilhões de reproduções no streaming, e 450 milhões de visualizações no YouTube, em vídeos em que ela pode desfilar todas as suas habilidades, inovações e letras poéticas.

No perfil do Instagram, esqueça selfies sorridentes da jovem loira de olhos azuis. Numa espécie de renovação do que um dia foi o movimento emo, que levou adolescentes a usarem roupas e maquiagens pretas, cabelo no rosto, e músicas tristes na playlist, agora, a adolescente volta a desafiar o padrão “rostinho bonito e vida perfeita” nas redes sociais, mas sem a escuridão da cor preta, ou a beleza melancólica de nomes como Lana Del Rey. Comparações com a neozelandesa Lorde, que despontou aos 16, também são difíceis de serem feitas.

Billie Eilish, na melhor das especulações, é um reflexo de seu tempo elevado à enésima potência. Ela canta sobre amor, para falar de solidão. Usa a voz de um psicopata, para falar de dor. Se inspira em um vilão da TV – no caso Moriarty, de Sherlock — para fazer uma música sobre empoderamento. Enquanto a indústria musical ainda se acostuma com inovações tecnológicas, a moça já faz videoclipes na vertical, minimalistas, adequados para serem vistos no celular.

Em entrevista a VEJA, a garota prodígio fala sobre arte, as agruras e delícias de se ter 16 anos, e possíveis planos de passar pelo Brasil.

 

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Seus vídeos são muito criativos. Como é o processo de criação? Me considero primeiramente uma artista visual. Eu gosto de me comprometer a fazer bons vídeos, que sejam um reflexo da canção. Trabalho em parceria com minha equipe, com outros artistas. Nem sempre consigo chegar na ideia que eu tenho, mas damos o nosso melhor e conseguimos até outros resultados interessantes. Também tenho interesse em dirigir mais os meus clipes, como fiz com You Should See Me In a Crown, o vídeo das aranhas.

Esse clipe, aliás, é no mínimo peculiar. Tenho essa ideia de que se você gosta de algo, quer fazer, mas acha estranho, se você não fizer, outra pessoa vai fazer. Eu sou assim, se acho que posso fazer algo, vou lá e faço. E aqui estou.

Além de cantora e artista visual, você também é uma dançarina. Qual destas habilidades veio antes na sua vida? É difícil dizer, pois sinto que cantar é parte da minha vida. Nunca foi uma questão. Para mim, cantar não aconteceu com alguém dizendo: ‘olha, você deveria tentar isso’. Foi, tipo, eu sinto que canto desde que nasci. Eu achava estranho as outras pessoas que não cantavam o tempo todo. Então foi natural. E amo dança desde muito nova. Então não tenho como falar do que gosto mais, ou do que surgiu primeiro. Eu amo dançar. Amo cantar. Tudo ao mesmo tempo.

Quando você surgiu em sites de streaming, aos 14 anos, logo foi comparada com a cantora Lorde. O que acha da comparação? Acho incrível. Eu tinha uns 11 ou 12 anos quando ela lançou Royals, e achei maravilhosa. Ela tinha 16 na época, e pensar que agora eu tenho 16. Então acho que nos comparam pela idade, por termos conseguido chamar a atenção, e pelo futuro que nós representamos. Mas para ser honesta, acho que somos completamente diferentes. Ela é uma pessoa maravilhosa. Mas temos um estilo diferente, ritmos diferentes, seguimos por pegadas distintas. E eu não faço questão de comparações. Não quero ser como ninguém, quero ser como eu mesma.

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Qual a melhor e a pior parte de ter 16 anos? Acho que a melhor parte, que também pode ser vista como a pior parte, é que as pessoas acham muito legal o que eu faço e ficam falando: ‘mas você é tão jovem’. Sabe? Acho que é um elogio, que é bacana, mas não me parece algo impressionante. Qualquer pessoa de qualquer idade pode fazer qualquer coisa. Mas as pessoas ficam: ‘nossa! Ela tem 16, que loucura’ (risos). Também acho que muitas coisas da vida pessoal são ruins quando você tem 16 anos, mas provavelmente não parecem ruim se você já passou dos 16 anos.

Existem rumores de que você pode vir ao Brasil no Lollapalooza. Pretende passar pelo país em breve? Talvez, quem sabe. Talvez eu tenha planos. Mas não posso falar sobre isso, vamos ver.

Os brasileiros são muito ativos nas redes sociais. Costuma interagir com eles? Eu percebi, são mesmo. Quando eu comecei a carreira, o primeiro perfil de fã que surgiu foi Billie Eilish Brazil. Na época achei surreal. Fiquei muito feliz. Os brasileiros foram os primeiros a me apoiar e mandar mensagens nas redes sociais, e isso foi bem, bem legal.

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