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O envolvimento financeiro de Elon Musk no cancelamento de Johnny Depp

Fundo ligado ao bilionário contribuiu com doação de Amber Heard para ONG ligada a artigo sobre violência doméstica

Por Da Redação Atualizado em 28 abr 2022, 17h34 - Publicado em 28 abr 2022, 17h33

O processo de Johnny Depp contra Amber Heard, em que o ator acusa a ex-esposa de difamação, revelou novas evidências que pesam contra a atriz. A defesa do ator apresentou um depoimento em vídeo de Terence Dougherty, conselheiro geral da ONG União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), que viabilizou o artigo sobre violência doméstica escrito por Heard para o The Washington Post — texto que é a base da ação movida por Depp na Justiça. O conselheiro afirma que a publicação do artigo havia sido programada para coincidir com o lançamento do filme Aquaman, do qual a atriz participa, de maneira a capitalizar a publicidade do longa. A mesma ONG ainda recebeu uma doação da atriz e de um fundo vinculado a Elon Musk — com quem Heard teve um caso enquanto era casada com Johnny Depp, diz a defesa do ator.

Na época do divórcio, Depp havia concordado em pagar a Heard 7 milhões de dólares, que ela dividiria em doações para a ACLU e para o Hospital Infantil de Los Angeles. Apesar dos 3,5 milhões esperados, Dougherty disse que a ACLU recebeu apenas 1,3 milhão: 350.000 diretamente de Heard, 500.000 de um fundo vinculado a Musk, 350.000 de outro fundo e 100.000 de Depp. Em 2019, a ACLU soube que Heard estava com problemas financeiros e, por isso, não poderia cumprir com a promessa em totalidade.

A ONG participou da produção do artigo, que partia da experiência de Heard com violência doméstica para abordar questões mais amplas — como a Lei de Violência Contra a Mulher e assédio sexual nos campi de universidades. Dougherty foi questionado sobre um e-mail de 11 de dezembro de 2018, em que Jessica Weitz, diretora de engajamento de artistas da ACLU, escreveu: “O objetivo é lançar isso esta semana para capitalizar a tremenda campanha de Aquaman“. Segundo Dougherty, a publicidade do filme traria atenção para o editorial, e Heard também concordou com a importância do momento.

Outros e-mails internos da ACLU acerca da redação do artigo foram expostos no julgamento. Eles apontam que foram retiradas da versão final do texto referências explícitas à ordem de restrição de Heard por violência doméstica, por recomendação dos advogados da atriz. Em um deles, Weitz diz que Heard “adoraria ver uma maneira de colocar essa parte em negrito de volta”. Na versão final, no entanto, Heard se descreve como “uma figura pública que representa o abuso doméstico”, sem entregar maiores detalhes sobre o relacionamento.

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Apesar de Depp não ser mencionado no artigo, seu conteúdo vem sido apontado pelos advogados do ator como responsável por destruir sua carreira e impedir que ele fizesse um sexto filme da franquia Piratas do Caribe. Ele alega que a denúncia de agressão foi fabricada por Heard para impulsionar sua própria carreira. Em 2016, o ex-casal emitiu uma declaração conjunta na qual cada um nega ter feito falsas acusações em busca de ganho financeiro. Depp testemunhou que, na época, queria contestar as alegações da atriz, mas seguiu o conselho dos advogados para não fazê-lo. O julgamento está previsto para durar cinco semanas e em breve Heard deve dar o seu depoimento.

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