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O adeus de David Letterman e de uma geração da TV dos EUA

O apresentador, que se despede do 'Late Show' nesta quarta-feira, é o último de uma geração de humoristas a se aposentar

Por Da Redação
18 Maio 2015, 20h57

Uma geração da televisão americana dirá adeus na próxima quarta-feira com a despedida de David Letterman, o decano dos “late-night talk shows”, os programas de entrevistas que apostam no humor e vão ao ar no fim da noite, e uma lenda da TV. Letterman vai colocar o ponto final a uma história de 33 anos à frente deste tipo de programa – primeiro na rede NBC e desde 1993 na CBS, no Late Show -, e vai se tornar o último comediante de uma geração que fez escola a se aposentar. Brincalhão, irreverente e, à medida que avançou sua carreira, cada vez mais irônico, o apresentador entrará para a história como um dos grandes renovadores do gênero e, ao mesmo tempo, como um dos comunicadores mais bem-sucedidos das últimas décadas.

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Com seu adeus, a renovação da grade de programação noturna nos Estados Unidos vai se completar, já dominada por rostos muito mais jovens como Conan O’Brien, Jimmy Kimmel e o novato Jimmy Fallon, que conduz o The Tonight Show na NBC. O espaço foi, precisamente, o sonho inalcançável de Letterman, que começou sua caminhada televisiva na emissora e que pretendia substituir o lendário Johnny Carson nesse programa. No entanto, quando este se aposentou, a NBC surpreendeu ao passar o bastão a Jay Leno, empurrando Letterman na direção da CBS.

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Nesse período, com um programa diário, o apresentador teve tempo de sobra para deixar muitos momentos memoráveis, desde o humor arruaceiro de seus primórdios até seu emocionante discurso após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando foi o primeiro comediante a voltar ao ar.

Letterman também viveu momentos difíceis, como quando admitiu no ar ter mantido relações com uma assistente e com outras funcionárias para evitar uma tentativa de chantagem por parte de uma delas. O comediante confessou então ter feito “coisas horríveis” e se transformou em alvo de muitas críticas que, no entanto, não lhe impediram de continuar durante anos com seu programa.

Também não pôde com ele uma operação de coração em 2000, que lhe obrigou a ficar um mês afastado da televisão, mas da qual voltou com mais força do que nunca. Para Letterman, muito mais que aquela cirurgia, o verdadeiramente assustador chega agora, quando aos 68 anos porá fim a uma vida dedicada à televisão. “Eu me sinto nu e assustado”, admitiu recentemente sobre a aposentadoria, afirmando também que não sabia ao certo o que pretende fazer a partir de agora. “Duvido que alguém volte a me ver”, brincou.

O sucessor – O sucessor de David Letterman, Stephen Colbert, parece pronto para abandonar o personagem que interpreta desde 2005 no humorístico Colbert Report, do canal Comedy Central. Na semana passada, ele apareceu como ele mesmo para os anunciantes da CBS, na apresentação da temporada de programas de outono.

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Colbert estreou apostando na ironia suprema – a de viver um inimigo da ambiguidade desancando o elenco de comentaristas crassos que Rupert Murdoch introduziu na Fox News e que mudou a política americana para pior, com repercussões continentais. No começo, ele brilhava mais quando praticava esgrima com os desavisados que aceitavam ser entrevistados no Colbert Report, esperando em vão confirmação de seu extremismo.

O Colbert que aceitou substituir Letterman, sem que o antecessor fosse consultado ou oferecesse seu endosso, é um brilhante graduado do Second City de Chicago, que já formou pessoas como Bill Murray, Julia Louis-Dreyfus, Mike Meyers, Steve Carell e Tina Fey. Ele é o caçula de 11 irmãos criados na gentil e sulista na Carolina do Norte. Sua religião e educação produzem uma mistura de compaixão e indignação sarcástica. Ele não quer tocar fogo no circo. Mas deve rezar no altar do entretenimento sem abrir mão da lâmina crítica.

(Com agência EFE e Estadão Conteúdo)

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