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Novo Sambódromo desafia as escolas do Rio

Império Serrano e Viradouro passaram bem pelo teste no sábado e despontam como favoritas para ascender ao Grupo Especial

Por Rafael Lemos
19 fev 2012, 16h53

As escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro terão um desafio a mais neste Carnaval. O Sambódromo passou por transformações radicais graças à reforma de ampliação, que resgatou o traçado original do arquiteto Oscar Niemeyer. As mudanças concentraram-se do lado direito da passarela, onde o antigo prédio de camarotes deu lugar a módulos de arquibancadas bastante semelhantes ao lado esquerdo.

As implicações são muitas, mas a maior delas diz respeito ao julgamento. Das quatro cabines de jurados, três estão situadas no lado novo. Esses jurados passarão a observar os desfiles a partir de um ângulo mais confortável, que facilitará a identificação de erros e acertos. Antes da reforma, eles ficavam colocados à pista e tinham uma visão praticamente vertical de alegorias e fantasias.

Agora, assim como o público, os jurados desse lado estão mais recuados em relação à pista. Esse distanciamento proporciona um novo ponto de vista, expondo virtudes e eventuais falhas das agremiações. Os quesitos mais impactados são Alegorias e Adereços, Fantasias e Conjunto. As apresentações das comissões de frente, dos casais de metre-sala e porta-bandeira e até mesmo das alas coreografadas também são afetadas, já que o ângulo de observação passa a ser outro.

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Outra mudança que facilitará a visão dos jurados é o novo projeto de iluminação da Marquês de Sapucaí, com a inclusão de novos holofotes acima dos novos módulos de arquibancada. Com a reforma, houve um aumento de 416 para 560 refletores ao longo da passarela, o que amplia a visibilidade em até 50% _ e expõe defeitos antes mais facilmente disfarçados. A acústica do Sambódromo também sofreu alterações. Sem o paredão de concreto do lado direito, o som se dissipa de maneira mais uniforme. Os mestres de bateria ainda tentam se adaptar ao novo cenário, que inclui a mudança no sistema de sonorização da pista.

Além dos holofotes, as novas arquibancadas receberam caixas de som, que passam de 180 para 300 em todo o Sambódromo. Durante os ensaios técnicos, em janeiro, o volume excessivamente alto atrapalhava a bateria e, sobretudo, a harmonia das agremiações. O problema pareceu ser solucionado no desfile do Grupo de Acesso, no sábado.

Grupo de Acesso – A tradição falou mais alto na Marquês de Sapucaí, no sábado, com o desfile do Grupo de Acesso do Rio de Janeiro. Os destaques da noite foram duas escolas de samba que estão ansiosas para recuperar seu posto na elite do Carnaval carioca: Império Serrano e Viradouro. Com estilos bem distintos, ambas seduziram o público com apresentações dignas de escola grande. O Império Serrano surpreendeu ao apresentar organização, requinte e competência no desfile sobre Dona Ivone Lara, apenas um ano após protagonizar uma das piores perfomances de sua história. O carnavalesco Mauro Quintaes criou o melhor conjunto de alegorias da noite, conferindo um visual luxuoso à agremiação. O samba de Arlindo Cruz e a bateria imperiana imprimiram um ritmo forte, que contagiou as arquibancadas do novo Sambódromo. As alas passaram compactas e alinhadas, na contramão da espontaneidade dos antigos carnavais. Pesou aí o pragmatismo da busca pelas notas 10, diante do atual padrão de julgamento das escolas de samba. Já a Viradouro teve que recorrer à criatividade para contar a história de Nelson Rodrigues. Com fantasias bem boladas e de fácil leitura, o carnavalesco Alexandre Louzada conseguiu a façanha de conquistar o público sem gastar muito dinheiro. Teve até alegoria humana como máquina de escrever. Outro destaque foi o carro dedicado ao clássico Fla-Flu, uma das paixões do tricolor homenageado. A exemplo do Império Serrano, a Viradouro também se destacou nos quesitos samba-enredo e bateria. Império Serrano e Viradouro caíram para o Grupo de Acesso após processos bem diferentes. A verde-e-branca experimentou um lento e contínuo declínio ao longo de décadas, culminando com o rebaixamento em 2009. A escola de Niterói, ao contrário, caiu subitamente no ano seguinte, 2010, em meio a uma crise na sua diretoria. As duas despontam como favoritas ao título do Grupo de Acesso, que garante uma vaga entre as grandes do Carnaval carioca no ano que vem. No entanto, correndo por fora, a Inocentes de Belford Roxo é uma zebra que pode ameaçar o sonho de Império Serrano e Viradouro.

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