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“Novela não muda a cabeça de ninguém”, diz Silvio de Abreu

Autor de 'Guerra dos Sexos' diz que novela não tem profundidade e que a qualidade caiu com a ascensão da classe C

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 mar 2013, 16h06

“Novela não muda a cabeça de ninguém.” Essa é a opinião de um dos principais autores da teledramaturgia nacional, Silvio de Abreu. “A novela coloca assuntos para serem discutidos em casa, mas nunca dá solução. Não é uma coisa profunda”, disse, entrevista ao site de VEJA, durante o evento Vem Aí, em São Paulo, na noite de quarta-feira.

Abreu está no ar na faixa das 19h da Rede Globo, com a reedição de Guerra dos Sexos. Diz que a novela vai bem em todo o país (31% de audiência), menos na Grande São Paulo (21 pontos). “Eu não entendi por que São Paulo criou uma antipatia pela novela. Aqui ela não deslanchou como deveria. Falaram que era ruim e que a primeira versão era melhor.”

“A produção anterior abrangia uma guerra que acontecia na sociedade, da mulher querer subir. Hoje em dia a mulher já está em seu posto, então na novela atual a guerra ficou entre dois primos”, explica. “Mas a guerra entre os sexos é eterna, porque o homem e a mulher sempre terão pontos de vistas diferentes. É dai que vem o encanto da relação.”

Sobre as cobranças para fazer da novela um palco de debate de temas sociais, como o tráfico de pessoas, abordado em Salve Jorge, Abreu diz que quer mesmo é fazer entretenimento. “Ninguém tem o direito de me cobrar teses. Se eu quisesse fazer coisa cabeça eu não tinha saído do cinema para vir para a televisão. Eu não estou em uma faculdade. Estou entretendo um público”, explicou.

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Classe C – Segundo Abreu, a ascensão da classe C fez com que caísse a qualidade do texto das novelas. “O nível piorou de um tempo pra cá. Você vê o tipo de novela que a gente fazia nos anos 80 e o tipo de novela que a gente faz hoje. Houve um rebaixamento de proposta e de linguagem de narrativa. Isso aconteceu porque o nível de educação do brasileiro só piorou”, desabafa.

“A pesquisa de público que fizemos sobre Guerra dos Sexos diz que a classe C não codifica a comédia. Tem um casal de velhos que mora no castelo, e isso é engraçado porque é absurdo. Mas não. Para a maioria, isso não existe, então não interessa. Não há imaginação. E ainda vão exigir que a novela seja uma tese aberta?”

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