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Nem Tom Cruise consegue salvar ‘Rock of Ages’

Apesar de interpretação inspirada do ex-marido de Katie Holmes, filme tem atuações desastrosas e não repete sucesso do musical em que se baseou

Por Carol Nogueira
24 ago 2012, 08h24

A exuberância visual foi uma das grandes marcas do glam metal, gênero do rock a que pertenciam bandas como Poison e Twisted Sister na década de 1980. Portanto, nada mais natural que, anos depois, o estilo tenha se tornado tema de um musical bem-sucedido da Broadway, palco conhecido justamente por suas performances exageradas. Tanto excesso poderia fazer mal à história e torná-la caricata, mas a peça Rock of Ages, que estreou na Broadway em 2009, conseguiu escapar graças a boas atuações – a desenvoltura rendeu ao musical cinco indicações ao Tony, o principal prêmio do teatro americano, um grande reconhecimento ainda que ele não tenha levado nenhum troféu. Não é o caso do filme que se inspirou no musical, que estreia nesta sexta-feira no Brasil e tem em seu elenco principal o ator Tom Cruise.

O ex-marido de Katie Holmes, aliás, é uma das poucas coisas boas do longa dirigido por Adam Shankman, de Hairspray – Em Busca da Fama (2007), que soma um roteiro ruim e atuações vergonhosas – principalmente de seus protagonistas novatos, Julianne Hough e Diego Boneta (da novelinha mexicana Rebelde). Ela, uma caipira aspirante à cantora que se muda para Los Angeles em busca de seus sonhos, e ele, um garotão que ganha a vida como ajudante em um bar roqueiro que fez história na cidade enquanto sua banda não faz fama.

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Elencar Julianne, um nome em ascensão da música country americana, como uma fã de rock and roll, foi um erro da produção. Pouco importa se ela está vestida com uma saia de couro e botas de cano alto: a garota não tem timbre para as canções escolhidas, como Rock You Like a Hurricane (Scorpions) e Don’t Stop Believing (Journey) – a versão de More Than Words (Extreme) cantada por ela e Boneta, então, é de chorar de ruim. Boneta não chega a decepcionar, mas também não acrescenta nada interessante ao filme. Até a reviravolta de seu personagem, que assina contrato com um empresário picareta (Paul Gill, interpretado por um mal aproveitado Paul Giamatti) que planeja transformar a banda de rock do rapaz em uma boy band pop – em referência aos grupos que estouraram no começo dos anos 1990, como o New Kids On the Block -, é ensaiada e previsível demais.

Veteranos – Mas Julianne e Boneta não foram os únicos que deixaram a desejar no filme. A veterana Catherine Zeta-Jones, que fez uma das melhores atuações de sua carreira justamente em outro musical, Chicago, em 2002, tem cenas igualmente vergonhosas. No filme, ela encarna o papel da primeira-dama fictícia de Los Angeles em 1987, Patricia Whitmore, uma carola que esconde um passado rebelde. Já a história dos personagens de Alec Baldwin (Dennis Dupree, dono do bar Bourbon Room) e do ex-senhor Katy Perry, Russell Brand (Lonny Barnett, gerente do local), que vivem um relacionamento dúbio, demora tanto para engatar que perde a graça.

O filme tem a sorte de encontrar Cruise em seu momento mais inspirado desde Trovão Tropical (2008), filme de Ben Stiller no qual ele interpretava o executivo Les Grossman. Na pele do roqueiro Stacee Jaxx, que se prepara para deixar o posto de vocalista da banda Arsenal, Cruise mostra, mais uma vez, sua faceta camaleônica que Missão: Impossível esconde. Completamente excêntrico, o personagem é apresentado ao público em um camarim decorado como uma selva africana, coberto de mulheres nuas – o tipo de imagem que se tem ao pensar em um rockstar do calibre de Axl Rose (do Guns ‘n Roses) nos anos 1980. Ele ainda é dono de um hilário macaco que lhe serve bebidas e veste uma jaqueta de couro, cujo nome é Hey Man (Ei, cara, em tradução livre).

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Prejuízo – No entanto, uma boa atuação não faz um blockbuster, e Rock of Ages: O Filme tornou-se um dos maiores fracassos do ano, arrecadando apenas 50 milhões de dólares nas bilheterias mundiais – seu custo de produção foi de 75 milhões, isso sem falar nos custos de divulgação. Do jeito que as coisas andam para Cruise, que também se divorciou e perdeu a guarda da filha Suri neste ano, é melhor ele se benzer. Ou será que a Cientologia não permite?

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