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Mostra em SP reúne 100 fotografias de Steve McCurry

Por Da Redação
10 nov 2011, 10h25

Por AE

São Paulo – Ao fazer uma análise da linguagem fotográfica, o filósofo francês Roland Barthes (1915 -1980) identificou dois elementos fundamentais de sua composição. O primeiro – denominado studium – é o conjunto dos objetos enquadrados pela lente da câmera e que são reconhecidos pelas pessoas, a partir da cultura e vivência que elas têm. Assim, se uma foto provoca identificação no espectador é porque os componentes do studium “conversaram” com a bagagem cultural daquela pessoa.

O segundo elemento – o punctum – seria aquilo que “salta” da foto e que prende a atenção de quem a vê, ou seja, o ‘tchan’ da imagem. Uma boa fotografia, então, provocaria, ao mesmo tempo, identificação e magnetismo – tendo, bem trabalhados, tanto o studium quanto o punctum. É o que se pode dizer do trabalho do americano Steve McCurry, de 61 anos – um dos profissionais mais renomados do mundo da fotografia – e cujas imagens podem ser vistas na exposição gratuita “Steve McCurry – Alma Revelada”, que começa hoje no Instituto Tomie Ohtake.

A mostra traz cerca de 100 imagens, tiradas nas andanças de McCurry por países como Afeganistão, Índia, Paquistão, Nigéria e outros. Apesar de o fotógrafo ter 25 anos de carreira, a maior parte das obras que integram a exibição data de 2001 em diante. Uma das exceções e também destaque da exposição é o clássico retrato da garota afegã, feito em 1984 e que virou capa da revista National Geographic. Nela, o olhar da menina “salta” da foto e prende a atenção – eis o punctum teorizado por Barthes e executado com maestria por McCurry.

Outro ponto alto é a sequência de imagens dos atentados de 11 de Setembro, em Nova York, composta por cinco fotografias. “Elas não foram concebidas como uma série”, conta Paulo Gallina, um dos curadores da exibição. “Mas resolvemos dispô-las lado a lado, justamente para ressaltar o caráter documental da obra de McCurry”, complementa ele.

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O fotógrafo, aliás, é conhecido pelo talento em traduzir a cultura de povos variados por meio de imagens que captam a alma e os hábitos de personagens locais. É assim com a foto de um menino pintado de vermelho na Índia, em 2002, numa festividade religiosa. Acontece o mesmo com as mulheres clicadas durante tempestade de areia no mesmo país, em 1983.

Além de documentarista cultural, McCurry também transformou-se num agente de denúncia dos horrores da guerra. Nos anos 80, fotografou os conflitos decorrentes da ocupação soviética no Afeganistão, disfarçando-se de afegão. Por essa cobertura, ganhou a Medalha de Ouro Robert Capa de melhor reportagem fotográfica no exterior.

Mas a mostra não tem só imagens pesadas ou contundentes. A parte bucólica fica a cargo de uma série de 21 imagens, feitas com o último rolo que McCurry tinha de Kodachrome – uma película famosa entre os fotógrafos por sua qualidade cromática e que deixou de ser fabricada com o avanço das tecnologias digitais. Nessa sequência, juntam-se imagens de cenas urbanas, do ator Robert de Niro, de artistas da Bollywood indiana e até um autorretrato curioso. Nele, vê-se os pés descalços de McCurry. Ao fundo, a televisão de um quarto de hotel. As informações são do Jornal da Tarde.

Steve McCurry – Alma Revelada – Instituto Tomie Ohtake (Av. Faria Lima, 201). Tel. (011) 2245-1900. De terça a domingo, das 11h às 20h. De hoje a 29/1. Grátis.

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