Morte de Bob Saget levanta questões; família pede sigilo na Justiça
Ator de ‘Três É Demais’ morreu vítima de um traumatismo craniano tido como acidental, mas especialistas questionam gravidade das fraturas no crânio
No dia 9 de janeiro, o ator Bob Saget, 65 anos, foi encontrado morto em seu quarto de hotel em Orlando, na Flórida. Um mês depois, em 9 de fevereiro, a família do comediante, conhecido pela série Três É Demais, divulgou que a causa da morte foi um traumatismo craniano. Segundo o comunicado, o ator “bateu a nuca acidentalmente, mas pensou não ser nada grave e foi dormir na sequência”. O caso encerrado como morte acidental vem sendo questionado por especialistas após a divulgação do relatório da autópsia do ator, que aponta múltiplas fraturas no crânio de gravidade que não condiz com uma queda simples. Nesta terça-feira, 15, a família do ator — a viúva, Kelly Rizzo, e as três filhas —, entrou na Justiça pedindo sigilo em relação a divulgação de mais informações sobre a autópsia de Saget. A ação afirma que “informações de interesse público legítimas serão divulgadas”, e que a família teme que imagens, áudios e outros dados sobre a morte sejam publicados sem a devida autorização.
De acordo com o médico Jeffrey Bazarian, especialista em concussão ouvido pelo jornal The New York Times, é possível que uma batida apenas cause múltiplas fraturas no crânio. “É como uma casca de ovo, você bate em um ponto, e a rachadura vai se ampliando”, disse. O médico, porém, dúvida que o ator tenha ficado lúcido após a queda, a ponto de apenas decidir dormir.
Especialistas ainda apontam que a extensão do trauma visto em Saget é comum em acidentes de carro e quedas muito altas. “Foi um trauma grave. Algo que já vi em pessoas que foram agredidas por um taco de beisebol ou que caíram de uma altura maior que 6 metros”, disse o neurocirurgião Gavin Britz.
A investigação policial afirma que não haviam sinais de agressão no restante do corpo do ator, nem foi detectado o uso de drogas ou álcool. Saget, porém, foi diagnosticado com Covid-19 e fazia uso de remédios controlados para depressão e ataques de pânico – substâncias que podem ter colaborado para a queda.