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Morre Sérgio Ricardo, expoente da bossa nova, aos 88 anos

O cantor e compositor foi um importante nome em movimentos culturais brasileiros como a bossa nova e o Cinema Novo

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 jul 2020, 15h14 - Publicado em 23 jul 2020, 14h54

O cantor e compositor Sérgio Ricardo morreu na manhã desta quinta-feira, 23, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul da capital fluminense, desde abril, quando contraiu Covid-19. O artista já havia se recuperado da doença, porém teve que permanecer mais alguns dias no hospital, onde sofreu uma insuficiência cardíaca. A família lamentou a morte em um post no Instagram. “Hoje pela manhã partiu nosso mestre Sérgio Ricardo, nosso amado João Lutfi, aos 88 anos de muita arte, resistência e, acima de tudo, muito amor. Suas expressões nos deram e darão ainda muita alegria, mas até os mais inspiradores guerreiros precisam descansar.”

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Sérgio Ricardo, cujo nome de batismo era João Lufti, nasceu em 18 de junho de 1932, em Marília, no interior de São Paulo. Por ser filho de músicos, a arte entrou muito cedo em sua vida, aos 8 anos, quando começou a estudar em um conservatório da cidade. Em 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como locutor da Rádio Vera Cruz e pianista profissional em casas noturnas. Numa das raras coincidências do destino, Sérgio estava no lugar certo e na época certa, às vésperas do surgimento da Bossa Nova, quando conheceu Tom Jobim, de quem ficou amigo.

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Amigos queridos, hoje pela manhã partiu nosso mestre Sérgio Ricardo, nosso amado João Lutfi, aos 88 anos de muita arte, resistência e, acima de tudo, muito amor. Suas expressões nos deram e darão ainda muita alegria, mas até os mais inspiradores guerreiros precisam descansar. Sérgio será sempre mais que Sérgio, mais que João. Estará pra sempre em toda diversidade que nos cria. Nosso compositor de múltiplos, que faz o braço ser mais que um braço, a voz ir mais além que uma só voz, o um ser sempre “um mais um”. Infelizmente, por conta da pandemia em que nos encontramos, as cerimônias serão restritas à família. Mas estaremos todos juntos como sempre, celebrando sua memória e sua vida. Siga sua busca, mestre! A gente vai seguir também, com muita gratidão ao seu legado. Viva Adriana, viva Marina, viva João, viva o amor de toda a família. E, pra sempre, VIVA SÉRGIO RICARDO!

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Em 1960, ele gravou o álbum A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo, em que se destacaram as faixas Pernas e Zelão. Mais ou menos nesta mesma época ele também se envolveu com o cinema trabalhando como ator, diretor, roteirista e compositor de filmes do Cinema Novo. Ele dirigiu e atuou em Esse Mundo é Meu (1964), Juliana do Amor Perdido (1970) e A Noite do Espantalho (1974). São dele as trilhas sonoras dos filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe, ambos dirigidos por Glauber Rocha.

Porém, um dos momentos mais marcantes da história de Sérgio Ricardo foi o acesso de fúria que ele teve em 1967 durante o Terceiro Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, em São Paulo. Na ocasião, ele quebrou o violão no palco e o jogou na plateia após ter sido vaiado pelo público. Cinco anos antes, ele participou do histórico show da bossa nova no Carnegie Hall, em Nova York, que lançou o gênero musical ao mundo.

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