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Morre Janet Malcolm, figura-chave do ‘New Journalism’, aos 86 anos

Jornalista do 'The New Yorker' era uma das principais repórteres do movimento que traz literatura à narrativa de não-ficção

Por Tamara Nassif Atualizado em 17 jun 2021, 15h51 - Publicado em 17 jun 2021, 15h44

A jornalista e escritora americana Janet Malcolm, uma das mais influentes do movimento New Journalism, morreu aos 86 anos em Nova York, vítima de um câncer no pulmão. A informação, dada pela filha Anne Malcolm, foi confirmada pelo The New Yorker, revista para qual trabalhava desde os 60 anos.

Autora de O Jornalista e o Assassino: Uma Questão de Ética, nobre representante da narrativa literária de não-ficção, Janet foi uma das mais proeminentes repórteres do cenário americano, ao lado de Joan Didion e Renata Adler. Ao longo da carreira de mais de 55 anos, a escritora produziu centenas de artigos, reportagens e livros – sempre aprofundados e primorosamente elaborados –, rondando temáticas de literatura, biografia, fotografia, psicanálise e “true crime”, gênero que examina histórias de crimes reais. Dona de um olhar ferrenho, Janet também era colaboradora do The New York Times como crítica de livros.

É dela, também, a célebre frase, comum em escolas de jornalismo: “Qualquer jornalista, que não seja tão estúpido ou convencido a ponto de não querer enxergar a realidade, sabe que o que faz é moralmente indefensável.” Sua posição reflexiva e crítica da profissão a fez deslizar para a vanguarda da não-ficção americana e lhe angariou críticos e admiradores: enquanto uns exaltavam suas técnicas psicanalistas de investigação, que iam além do factual e buscavam motivações e intenções, outros já diziam que Janet era “uma odiadora de si mesma” e “desprovida de simpatia jornalística”.

Nascida em Praga, em 1934, Janet era uma das duas filhas do casal Hanna e Joseph A. Winn, psiquiatra. Emigrou para os Estados Unidos com apenas cinco anos, e estudou na Universidade de Michigan. Entre 1980 e 1990, a jornalista publicou artigos na revista The New Yorker, e o subsequente livro Nos Arquivos de Freud, que culminaram em um processo de 10 milhões de dólares contra ela, vindo do psicanalista Jeffrey Moussaieff Masson. Nos escritos, Janet dizia que o profissional se denominava um “gigolô intelectual”, que queria transformar o trabalho de Freud em um “paraíso de sexo, mulheres e diversão” e se denominava, “depois de Freud, o maior analista que já existiu” – o que, segundo Masson, tratava-se de uma calúnia. O caso foi parcialmente julgado pela Suprema Corte americana, e, depois de uma década, um júri decidiu a favor da jornalista por falta de mais evidências.

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