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Morre Camoens, o cachorro que inspirou Saramago

Por Da Redação
2 ago 2012, 10h57

Redação Cultura, 1 ago (EFE).- Camões, o cachorro no qual o escritor português José Saramago se inspirou para criar ‘O Achado’, o melhor aliado do oleiro protagonista de seu romance ‘A Caverna’, morreu nesta quinta-feira em Lanzarote, informou a viúva do escritor, Pilar del Río, em um texto emocionado publicado na página da Fundação de mesmo nome do escritor.

‘Morreu Camões, o cão que inspirou Saramago’, é o título dado por Pilar del Río em sua despedida ao animal, que chegou a seu lar de Lanzarote no mesmo tempo em que o escritor soube que tinha sido agraciado com o Prêmio Camões (1995).

‘Entra, chegaste a tua casa. Assim entrou Camões na vida de José Saramago’, continua a viúva do prêmio Nobel de Literatura sobre este cachorro, ‘doce e nobre’, que foi batizado como o grande poeta português e que sofreu com a morte do escritor em 2010.

O escritor e sua esposa conviviam com três cachorros em sua casa de Lanzarote: Pepe, um poodle; Greta, uma fêmea Yorkshire; e Camões, da raça conhecida como cão d’água, o único que ainda estava vivo, e como seus companheiros, recolhido da rua.

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‘Quando Camões apareceu por aqui, com seu pelo preto e a exclusiva gravata branca que o distingue de qualquer outro exemplar da espécie canina, todos os humanos de casa se pronunciaram sobre a suposta raça do recém chegado: um poodle. Fui o único que disse que poodle não era, mas cão d’água português’, escreveu em seu blog o romancista em fevereiro de 2009.

Em tal texto, Saramago falava deste animal, de seus atributos por causa de idade, de seus companheiros Pepe e Greta (‘que já foram embora para o paraíso dos cachorros’), e brincava com a coincidência que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tinha escolhido um cão d’água português para suas filhas. ‘Novos tempo se aproximam’, dizia com ironia.

O autor se inspirou neste companheiro para criar ‘O Achado’, o cachorro de honorável comportamento que aparece – também de repente – na casa do oleiro Cipriano Algor, protagonista de ‘A Caverna’ (2000).

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Mas este não é o único caso no qual os cães são portadores de mensagens nos livros do Prêmio Nobel de Literatura 1998, pois em ‘Ensaio Sobre a Cegueira’, um cachorro bebe as lágrimas de uma mulher, um momento do qual o escritor se mostrava especialmente orgulhoso.

Em ‘O Homem Duplicado’, Tomarctus salvará o protagonista do romance, Tertuliano Máximo Afonso, e em ‘A Jangada de Pedra’, os cinco protagonistas encontram um cachorro que o escritor batizou como Constante (entre outras opções como Fiel, Piloto e Sentinela), por seu afã de acompanhar um dos personagens até o túmulo.

‘Encontro nos cachorros mais humanidade que nos homens’, afirmou o autor português em 2003 no México, uma das ocasiões nas quais falou longamente sobre sua relação com os cães, e o papel que estes tiveram em seus romances. EFE

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