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Montanha é a grande vilã no drama ‘Evereste’

Filme acompanha a trágica história de alpinistas que encararam uma tempestade no local mais alto do mundo

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 set 2015, 10h50

Esqueça o romantismo, as cenas de ação épicas e o heroísmo fora do comum de filmes sobre alpinistas e suas conquistas de picos extremos do mundo. Evereste, que chega nesta quinta-feira aos cinemas brasileiros, passa longe disso. A produção assinada pelo islandês Baltasar Kormákur (Dose Dupla e Sobrevivente) sai do comodismo do gênero para encarar um roteiro que parece simples, mas não é, com personagens reais, em locações verdadeiras, e uma grande vilã: a montanha de 8.848 metros. Os ingredientes modestos resultam em um filme amedrontador, de tirar o fôlego.

A história inspirada em fatos acompanha os dois meses que antecedem um dos piores dias da história da montanha, em 10 de maio de 1996, quando diversas pessoas morreram ao serem acometidas por uma tempestade enquanto desciam do cume do Evereste. O roteiro foi feito com base em livros de pessoas que sobreviveram ao caso, entre eles Deixado para Morrer (Intrínseca), do alpinista Beck Weathers, e No Ar Rarefeito (Companhia das Letras), de Jon Krakauer, jornalista que acompanhava a escalada para uma matéria.

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Krakauer, vivido por Michael Kelly (House of Cards), é representado como um leve agravante ao caso, já que Rob Hall (Jason Clarke, de O Exterminador do Futuro), líder da expedição, quer fazer com que a escalada siga toda a programação e seja perfeita para o repórter. Além de Hall, outros chefes de agências especializadas, como Scott Fischer (Jake Gyllenhaal, Nocaute), se programam para subir a montanha na mesma data, o que causa um congestionamento de pessoas.

No longa, as agências carregam consigo parte da culpa do ocorrido. Críticas às empresas são abundantes, embora discretas, e mostram a falta de organização entre elas e a aceitação de alpinistas pouco experientes, que dependem totalmente da ajuda de um guia para chegar ao cume – isso quando conseguem passar da metade do caminho. Boa parte dos profissionais exerce mais a função de descer pessoas que não conseguem prosseguir do que levá-las até o fim.

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O realismo dos cenários, com filmagens feitas no Evereste, nos Alpes italianos e na Islândia, é um dos triunfos da produção, que também se arrisca ao utilizar a câmera na altura dos personagens. São poucas — mas sensacionais — as cenas com plano geral, que mostram todo o ambiente, especialmente de cima para baixo. No geral, o diretor optou por enquadrar seus atores e suas visões a partir da montanha.

Como esperado de um filme de desastre, o clima do roteiro é tenso. O cineasta preferiu tratar o acontecimento com silêncios e surpresas, o que causa ainda mais a sensação de desespero. Até as mortes são feitas de forma rápida e, muitas vezes, sem o registro em cena do desfecho. Fica apenas a certeza de que, sozinho no alto do Evereste, a sobrevivência é impossível. Como diz sabiamente um dos personagens, “A última palavra é sempre da montanha”.

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