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‘Mona Lisa’: prisioneira das selfies em seu bunker blindado no Louvre

Obra mais famosa de Leonardo da Vinci ficou de fora da mais impressionante exposição já realizada sobre o mestre do Renascimento

Por Da Redação Atualizado em 5 nov 2019, 17h02 - Publicado em 25 out 2019, 07h00

Uma discussão recorrente entre especialistas na vida e obra de Leonardo da Vinci diz respeito à sua incontrolável pulsão de pular de um trabalho para outro deixando uma enorme quantidade de obras incompletas pelo caminho. Eles indagam em seus estudos acadêmicos se o mestre renascentista não tivesse perdido tanto tempo em análises de óptica e anatomia, ou em busca da dos padrões do universo, não teria sido muito mais profícuo na produção de pinturas — ou pelo menos não deixaria tanta coisa inacabada. O americano Walter Isaacson, biógrafo do gênio florentino, responde a essas especulações com uma frase: “A Mona Lisa responde a isso com um sorriso”.

Obra-prima de Da Vinci e quadro mais famoso do planeta, a Mona Lisa, ou La Gioconda, é prodígio de técnica que sintetiza as pesquisas do mestre nas mais variadas áreas do conhecimento. A reprodução do sorriso leva em conta os sinais mais sutis da musculatura do rosto, impossível de ser alcançado naquela por alguém que não tivesse passado um bom tempo dissecando cadáveres. Os conhecimentos de óptica e de comportamento da luz, permitiram o jogo de cores claras e escuras que dá profundidade e tridimensionalidade à pintura, acentuando seu realismo. O contraponto entre a dubiedade do sorriso e o olhar penetrante cria uma atmosfera de cumplicidade com o observador, talvez o principal motivo da atmosfera hipnotizante do retrato.

Pintada na Itália, Mona Lisa viajou com Da Vinci para seu refúgio final no castelo de Amboise, na região do Loire, na França. Ali, o mestre viveu seus últimos anos sob o patrocínio do rei Francisco I. Depois de sua morte, o quadro jamais voltou a sair da França. Hoje, a Mona Lisa é o maior chamariz do Louvre, visitada por cerca de 20.000 admiradores a cada dia. Ali, num vasto cômodo conhecido como Sala dos Estados, localizado no primeiro andar do antigo palácio real, é uma espécie de prisioneira das selfies dos turistas por trás de uma grossa vitrine blindada.

Durante a mostra inaugurada no último dia 24, a Mona Lisa ficará no mesmo local que lhe serve de casa, a cerca de 300 metros de outras obras que complementaria e com as quais dialogaria. Por implicações de logística e segurança, os curadores decidiram não incluí-la entre as 32 peças do Louvre destinadas à exposição. Mas, espiritualmente, é uma presença incontornável. No final do percurso, o espectador pode fazer uma imersão em 3D dentro do quadro — a experiência termina com um voo na asa delta renascentista criada pelo mestre sobre a paisagem fantástica atrás da Gioconda, o grande sujeito oculto da mais impressionante exposição já realizada.

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Veja Mona Lisa em realidade aumentada

(Divulgação/Facebook)

Posicione a câmera do seu celular ou leitor de QR code sobre a imagem acima e confira a Mona Lisa em realidade aumentada. Outra possibilidade é acessar abr.ai/mona-lisa para ver o efeito. Com os dedos, em um movimento de pinça, é possível aumentar ou diminuir a imagem. Para movê-la, toque, segure e arraste.

Crédito do modelo 3D: Milan/Creative Commons

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