‘Mogli’ aposta na fofura, mas impressiona com efeitos visuais
Nova adaptação da trama clássica triunfa com animais hiper-realistas feitos por computação gráfica
Reimaginar A Bela Adormecida pela ótica da vilã no filme Malévola e repaginar a vida de Cinderela foram dois importantes passos na atual fase de reboots da Disney, que decidiu apostar em clássicos revisitados, já lançados por eles em animação no passado. Porém, o estúdio se superou com a produção de Mogli: O Menino Lobo, que chega aos cinemas nesta quinta-feira com efeitos especiais tão impressionantes que até o protagonista, vivido pelo estreante Neel Sethi, acaba ofuscado pela beleza e dramaticidade dos animais ao redor.
Não é pra menos. Na versão original, para quem optar pela cópia legendada, os bichos da selva são interpretados por veteranos como Ben Kingsley (a pantera Baguera), Idris Elba (o tigre vilão Shere Khan), Scarlett Johansson (a sedutora cobra Kaa) e um excelente Bill Murray (o amigo urso Balu). Todos feitos com precisão de movimentos e texturas igualáveis ao capricho do belíssimo filme As Aventuras de Pi (2012).
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A trama traz parte da bem-sucedida animação de 1967, mas muda pontos importantes. Mogli é criado pelo casal de lobos Akela (Giancarlo Esposito) e Raksha (Lupita Nyong’o), após ser encontrado na selva sozinho por Baguera. O garoto se esforça para ser um “lobo de verdade”. Segue os códigos de conduta da alcateia e passa pelo treinamento dos filhotes, que aprendem com a pantera a fugir de predadores na floresta. A crise de identidade do menino é latente, apesar de sua força de vontade de suprimir as habilidades humanas.
O drama acontece quando o jovem é descoberto por Shere Khan, tigre que já foi atacado por humanos e possui parte do rosto queimado pela “flor vermelha”, termo usado pelos bichos para denominar o fogo. Seu desejo por vingança pede pela cabeça da criança, o que faz com que os lobos decidam entregar Mogli à comunidade de humanos, para que ele possa ser protegido do nervoso tigre.
Baguera é o responsável por conduzir Mogli ao vilarejo mais próximo. Intempéries no caminho separam a dupla e levam o menino a cair nos encantos da cobra Kaa, antes de encontrar seu principal parceiro do filme, o gordo e hilário urso Balu, e também passar pelas mãos de um grupo de macacos liderados pelo gigantesco Louie (na voz de Christopher Walken, em tom de mafioso italiano).
Dirigido por Jon Favreau, de filmes ambiciosos como Homem de Ferro 1 e 2, e também de Chef, exemplo mais paternal e simples, a superprodução traz uma mescla de sentimentos que podem ser encarados por toda a família, desde a tristeza da separação familiar, até a alegria de uma tarde brincando com amigos, passando pelas dores da perda da inocência. A fofura e a aventura se misturam, mas não superam a beleza dos efeitos especiais, que fazem do filme uma obra digna de ser vista em 3D.