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Milton Gonçalves, ícone da afirmação negra nas telas, morre aos 88 anos

Segundo a família, o ator morreu em casa nesta segunda-feira, 30, em decorrência de problemas de saúde causados por um AVC

Por Da Redação Atualizado em 30 Maio 2022, 21h23 - Publicado em 30 Maio 2022, 15h34

Milton Gonçalves morreu por volta de 12h30 desta segunda-feira, 30, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. De acordo com a família do ator, ele estava em casa e não resistiu a problemas de saúde que enfrentava desde que havia sofrido um AVC (acidente vascular cerebral), em 2020. Na época do incidente, o artista chegou a ficar internado por três meses. O astro nasceu nasceu em 9 de dezembro de 1933, em Minas Gerais, e ficou famoso por seus inúmeros trabalhos na Globo, onde atuou em mais de quarenta novelas. Ele deixa a mulher, Oda Gonçalves, e três filhos.

Nascido na pequena cidade de Monte Santo, em Minas Gerais, Gonçalves se mudou com a família para São Paulo quando ainda era criança. Trabalhou como aprendiz de sapateiro, de gráfico e de alfaiate, além de estudar teatro amador na infância. Estreou profissionalmente em 1957, na peça Ratos e Homens, de John Steinbeck. Em 1965, ao lado de Célia Biar e Milton Carneiro, formou o primeiro elenco de atores da Globo. Milton chegou à emissora a convite do ator e diretor Otávio Graça Mello, de quem fora companheiro de set no filme Grande Sertão (1965), dos irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira.

Ele dirigiu as primeiras versões de Irmãos Coragem (1970), A Grande Família (1972) e Escrava Isaura (1976), além de séries como Carga Pesada (1979) e Caso Verdade (1982-1986). Seu papel na novela Sinhá Moça de 2006 lhe rendeu uma indicação ao Emmy Internacional de melhor ator. A última novela em que atuou foi O Tempo Não Para (2018), como o catador de materiais recicláveis Eliseu.

Ícone da representatividade negra nas telas, Milton estrelou o especial de fim de ano da Globo Juntos a Magia Acontece, em 2019, em que interpreta um homem negro que luta para personificar um Papai Noel, apesar do preconceito racial. Criada e escrita por Cleissa Regina Martins, com supervisão de texto de George Moura e direção artística de Maria de Médicis, a história rendeu um Leão de Ouro na categoria Entretenimento, no Festival de Cannes, à emissora, à agência WMcCann e à marca Coca-cola.

Casado com Oda Gonçalves desde 1966, o ator teve três filhos, Maurício, Catarina e Alda.

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Carreira de Milton Gonçalves

Segundo o Memória Globo, sob a direção de Graça Mello, Milton Gonçalves participou das primeiras experiências dramatúrgicas da Globo: o seriado Rua da Matriz, de Lygia Nunes, Hélio Tys e Moysés Weltman, e a novela Rosinha do Sobrado, de Moysés Weltman. Naquele mesmo ano, atuou em Padre Tião. Entre 1966 e 1969, trabalhou no humorístico TV0-TV1, de Max Nunes e Haroldo Barbosa, e participou, ainda, da primeira versão do Balança Mas Não Cai (1968).

Sua primeira experiência como diretor foi na novela Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair, um marco da televisão brasileira. Ele também deu vida a personagens icônicos, como o Professor Leão, do infantil Vila Sésamo (1972), e o Zelão das Asas, de O Bem-Amado (1973), de Dias Gomes.

Gonçalves também fez história na primeira versão de Pecado Capital (1975) e como diretor de alguns capítulos de Selva de Pedra (1972), ambas de Janete Clair. Em seu currículo, muitos sucessos: Roque Santeiro (1985), Tenda dos Milagres (1985), As Noivas de Copacabana (1992), Agosto (1993) e Chiquinha Gonzaga (1999).

Milton Gonçalves também teve uma breve carreira política. Em 1994, chegou a se candidatar ao governo do estado do Rio de Janeiro pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro).

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Em 2006, o artista foi o primeiro brasileiro a apresentar um prêmio Emmy Internacional. Na cerimônia, esteve ao lado da atriz norte-americana Susan Sarandon para anunciar o vencedor da categoria de melhor programa infantojuvenil.

Em 2011, Gonçalves atuou na novela Insensato Coração; no ano seguinte, em Lado a Lado; e, em 2017, em Pega Pega. O personagem Eliseu, de O Tempo Não Para, foi seu último papel em novela, em 2018. No mesmo ano, esteve na série Carcereiros. O último trabalho do ator na Globo foi na minissérie Se Eu Fechar os Olhos Agora, em 2019.

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