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Memória: as despedidas na arquitetura em 2021

A delicadeza dos traços

Por Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 dez 2021, 08h30 - Publicado em 23 dez 2021, 06h00

Paulo Mendes da Rocha
Arquiteto
Ao comentar a doação de 300 de seus projetos à Casa da Arquitectura de Portugal, em 2020, o capixaba Paulo Mendes da Rocha foi simples como sua obra, feita de concreto e aço, mas pouca madeira: “E os prédios que eu construí? Estão todos aqui. Cuidem disso. Isso ninguém tira daqui. Eu serei sempre um arquiteto brasileiro”. Crítico ferrenho da especulação imobiliária e do excesso de automóveis nas ruas, ele valorizava o uso do espaço público pelo cidadão. É o que se vê em obras paulistanas como o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), a reforma da Pinacoteca do Estado, o Sesc 24 de Maio e o Museu da Língua Portuguesa, em parceria com o filho Pedro. Morreu aos 92 anos, em 23 de maio, em decorrência de um câncer no pulmão.

Jaime Lerner
Jaime Lerner – (Marcelo Rudini/.)

Jaime Lerner
Arquiteto e político
Numa reportagem de 2007, o The New York Times fez uma pergunta fundamental, ao elogiar o cotidiano de Curitiba: “Como as cidades seriam se urbanistas, e não políticos, estivessem no poder?”. Jaime Lerner era a resposta, ao reunir as duas características. Prefeito da capital paranaense em três mandatos (1971-1974, 1979-1983 e 1989-1993) e governador do estado em duas gestões (de 1995 a 2003), fez fama internacional com suas intervenções urbanas, especialmente no setor de transporte público, sempre premiadíssimas. Foi de Lerner a ideia do BRT, o sistema de ônibus em canaletas exclusivas, adaptado em 250 cidades mundo afora. Ele morreu em Curitiba, aos 83 anos, em 27 de maio, em decorrência de uma doença renal crônica.

Ruy Ohtake
Ruy Ohtake – (Renata Ursaia/.)

Ruy Ohtake
Arquiteto
O que fazer com o cinza caótico de São Paulo? Erguer na cidade obras coloridas, de cimento, ferro e vidro, muito vidro, do arquiteto Ruy Ohtake, primogênito da artista plástica japonesa Tomie Ohtake. O instituto que leva o nome da mãe, tingido de vermelho e preto e associado a curvas de concreto sensuais como as de Oscar Niemeyer, virou marco paulistano. Outro destaque é o Hotel Unique, em formato de arco invertido, que línguas ferinas apelidaram de melancia ou barco, dadas suas janelas circulares. “Acho muito mais bonito olhar a paisagem da janela através de uma curva”, ele gostava de dizer. Morreu em 27 de novembro, aos 83 anos, em São Paulo, a cidade que tentou embelezar com dignidade e elegância.

Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770

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