Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mark Lanegan, parceiro do Nirvana e Pearl Jam, se apresenta em SP

Com um currículo de colaborações invejável e uma grave voz singular, músico que foi membro do Queens of the Stone Age chega ao país para divulgar disco solo ‘Phantom Radio’

Por Daniel Dieb
29 Maio 2015, 15h32
O cantor americano Mark Lanegan
O cantor americano Mark Lanegan (VEJA)

Entre o fim da década de 1980 e o início dos anos 1990, a cena musical na região da cidade de Seattle, Estados Unidos, estava em ebulição. Lá surgiram bandas como Nirvana, Alice In Chains, Pearl Jam, Soundgarden e Screaming Trees. Foi nesta última que Mark Lanegan, hoje com 50 anos, que se apresenta em São Paulo neste sábado, 30, no Cine Joia, mostrou ser dono de uma voz grave e arranhada.

LEIA TAMBÉM:

Ingressos para Pearl Jam no Brasil vão de 160 a 680 reais

Filha de Kurt Cobain diz que prefere Oasis ao Nirvana

Cheio de energia, ele participou de várias gravações e turnês nos últimos quinze anos. Entre 2000 e 2005, gravou três álbuns como membro fixo do Queens of the Stone Age, fez uma inusitada parceria com Isobel Campbell, do grupo de indie folk Belle & Sebastian, e ainda conseguiu tempo e energia para gravar mais cinco discos solo, sendo o último Phantom Radio, de 2014.

O gosto pelas parcerias, entretanto, começou cedo. Em agosto de 1989, Lanegan, ao lado de Kurt Cobain e Krist Novoselic, antes da fama do Nirvana, criaram o The Jury, banda que durou duas sessões de gravações e quatro músicas em homenagem ao cantor de blues americano Leadbelly. Cinco anos depois, ele se juntou a Layne Staley, vocalista do Alice in Chains, e Mike McCready, guitarrista do Pearl Jam, para formar o grupo Mad Season.

Continua após a publicidade

O que o público pode esperar de seu show em São Paulo? Eu tenho tocado músicas do Screaming Trees, mas vou apresentar muitas canções dos novos CDs e algumas dos antigos. Tentarei misturar um pouco de tudo.

No início dos anos 1990, o senhor trabalhou em um projeto chamado The Jury, ao lado de Kurt Cobain e Krist Novoselic, antes de eles formarem o Nirvana. Por que não deu certo? Foi uma das coisas que pensamos que seria muito divertido fazer. Mas eu não fui o único que perdeu interesse nele. Kurt também perdeu. Foi interessante por um dia ou dois, mas era hora de continuarmos com outras coisas. Fizemos quatro músicas do Leadbelly. Uma delas, Where Did You Sleep Last Night (cantada por Kurt, que viria a interpretá-la novamente com o Nirvana na gravação de acústico MTV Unplugged in New York, de 1994), eu coloquei no primeiro álbum solo, The Winding Sheet (1990) e as outras três saíram em um box do Nirvana. E foi isso, achei o resultado bom, mas não era algo que queria continuar fazendo.

Seu último álbum, Phantom Radio (2014), não é tão sombrio e gótico como o anterior, Blues Funeral. O que aconteceu? Eu acho que todos os meus álbuns são diferentes uns dos outros. Eles têm canções distintas. Duas gravações não serão exatamente iguais. Então, eu tentei fazer o que eu estava sentindo na época de gravação, e, bang, tivemos um álbum (risos).

Recentemente o senhor participou do último álbum do Earth, como foi essa experiência? Sim, eu participei de algumas músicas. Sou um grande fã deles. Dylan (Carlson, vocalista, que também foi amigo de Cobain e Staley) era meu companheiro de quarto em Seattle. Quando Earth começou, eles ensaiavam no meu porão, então, ao lado desses caras, parece que voltei para o início dos anos 1980. Foi muito animador participar do CD.

Como foi gravar com Isobel Campbell, ex-Belle & Sebastian, que tem uma voz tão diferente da sua? Ela escreveu as canções e as produziu. Então, eu fiquei lá para ajudá-la quando pedisse ou nas músicas que ela escrevesse para eu cantar. Foi uma experiência única para mim, já que eu nunca tinha feito nada parecido e é um dos projetos que eu mais me orgulho, porque adoro trabalhar com ela. É uma grande artista.

Continua após a publicidade

Você começou a compor letras no álbum Uncle Anesthesia (1991), do Screaming Trees, habilidade que até então não havia explorado. O que compor representa para o senhor?

Elas vêm de um lado pessoal, mas não são sempre coisas da vida real. São apenas canções. Escrever minhas próprias músicas é muito prazeroso e algo que preciso fazer para estar feliz. Dito isso, eu não aprecio tanto minhas canções quanto as de outras pessoas. É um tipo diferente de gostar de músicas.

Josh Homme, do Queens of the Stone Age, Layne Staley, do Alice in Chains, são alguns dos artistas com que você já trabalhou. Acredita que deixou sua marca musical nessas colaborações? Eu acho que essa definição é outra pessoa que tem que dar. É algo que adoro fazer. Pessoas me chamam por causa daquilo que eu posso acrescentar na música delas. Na verdade, eu não sei de fato, porque elas nunca me falam o motivo de terem me convidado (risos). Mas eu fui abençoado com várias oportunidades e trabalhos com artistas que admiro, então me considero sortudo. Quanto à minha marca na música, é algo em que não penso muito, outras pessoas têm que decidir isso.

O senhor ainda fuma? Eu não fumo há sete anos. Sei que não parece que eu não fumo mais (risos). É assim que minha voz soa. Eu me sinto mais saudável, depois de fumar dois pacotes e meio de cigarros sem filtro ao dia por 26 anos. Não ter constantemente monóxido de carbono no meu corpo me ajuda bastante.

Os fãs brasileiros de Screaming Trees podem esperar uma reunião do grupo? Não digo nunca para nada. Tudo é possível.

O quanto você mudou musicalmente de Winding Sheet (1990) para Phantom Radio (2014)? Bastante. São quase trinta anos e ninguém continua o mesmo nesse tempo.

Continua após a publicidade

Mark Lanegan Band

The Gravedigger’s Song é a faixa de abertura de Blues Funeral, sétimo disco de estúdio de Mark Lanegan.

Screaming Trees

Continua após a publicidade

Nesta gravação ao vivo, de 1996, Screaming Trees toca All I Know, do álbum Dust, de 1997.

The Jury

Antes de ficarem conhecidos com o Nirvana, Kurt Cobain e Krist Novoselic se uniram a Mark Lanegan para formarem o The Jury, grupo que durou duas sessões de gravações. Foi nesta junção que Cobain cantou Where Did You Sleep Last Night?, de Leadbelly, pela primeira vez.

Continua após a publicidade

Isobel Campbell & Mark Lanegan

Nesta parceria inusitada, Isobel alterna sua voz suave com a rouca de Lanegan. Come Undone faz parte de álbum Hawk, de 2010.

Queens of the Stone Age

Em 2003, Lanegan já tinha se tornado membro fixo do Queens of the Stone Age. No vídeo, ele canta Autopilot, do CD Rated R (2000), em apresentação na Suécia.

Mad Season

Neste show de 1995, Lanegan se apresenta ao lado de Layne Staley, do Alice in Chains, e de Mike McCready, guitarrista do Pearl Jam.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.