Marielle Franco na cultura: confira produções para entender o caso
De documentário a livro-reportagem, títulos se propõem a investigar o assassinato, além de homenagens no cenário musical
Nesta terça-feira, 8 de dezembro, completam-se 1.000 dias sem respostas concretas para o assassinato da vereadora fluminense Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018. O caso de repercussão internacional tem pautado produções investigativas, desde livros até documentários, destrinchando detalhes do dia da morte, além de mergulhar no cenário familiar dos assassinados e nos bastidores das milícias no Rio de Janeiro. Confira abaixo os títulos que merecem destaque:
Marielle – O Documentário (Globoplay)
Conduzida pela central de jornalismo da Globo, a minissérie de seis episódios Marielle – O Documentário transita entre três fios narrativos: uma enternecedora humanização das vítimas, investigações que cercam o caso e os bastidores políticos do Rio de Janeiro e do Brasil. Entre engatadas policiais e fortes pontos de ancoragem emocional, em especial ao se dirigir às famílias de Marielle e Anderson, a trama desemboca na porta, literalmente, do presidente Jair Bolsonaro ao investigar Ronnie Lessa, vizinho da família em um condomínio fluminense e um dos suspeitos do crime.
Livro Mataram Marielle, de Chico Otavio e Vera Araújo
“Esse crime não faz sentido”, repete Fernanda Chaves, então chefe do gabinete de Marielle, única sobrevivente do atentado e protagonista de alguns dos poucos lados emocionais da detalhada obra Mataram Marielle (Intrínseca), escrita pelos jornalistas Chico Otavio e Vera Araújo. Apurado por dois anos e meio, desde março de 2018, o livro-reportagem reconstrói o crime nas minúcias e traça um panorama do “submundo” das milícias do Rio de Janeiro. Sem oferecer respostas, Mataram Marielle também joga luz sobre os bastidores da investigação policial – descrita, na obra, como amadora e responsável por uma série de erros e desperdício de provas.
Marielle na música nacional
Com Alcione no trono de um dos primeiros carros-alegóricos a abrir alas na avenida carioca, a escola Estação Primeira de Mangueira foi, em 2019, a campeã do Carnaval do Rio de Janeiro. Foi também a responsável pelo samba-enredo História pra Ninar Gente Grande, que leva o nome de Marielle Franco no refrão: “Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês.” A paulistana Tom Maior também representou a vereadora em um carro-alegórico, ladeada por uma faixa que dizia “As minorias são a maioria”. Fora do samba, as homenagens no cenário musical passam por diferentes gêneros, desde canções como Mulheres À Frente da Tropa, do grupo de rock Ira!, até Marielle Franco, da funkeira MC Carol e do grupo Heavy Baile, faixas que refletem o impacto do atentado na cena cultural brasileira.