Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

MAR: conheça o Museu de Arte do Rio, inaugurado nesta sexta-feira

Com missão de ser ao mesmo tempo local de exposição e ponto de encontro da educação com a cultura local, complexo de 15.000 metros quadrados é parte do projeto de revitalização da Zona Portuária

Por Luís Bulcão, do Rio de Janeiro
Atualizado em 10 dez 2018, 10h53 - Publicado em 1 mar 2013, 11h45

São grandes as expectativas sobre o Museu de Arte do Rio (MAR), que será inaugurado nesta sexta-feira em conjunto com as comemorações pelo 448º aniversário da cidade. Primeiro estágio do projeto de 7,6 billhões de reais que pretende devolver à zona portuária uma posição de destaque no mapa do Rio, o MAR nasce com a ousadia de ser um “museu do século 21”, o que significa oferecer ao mesmo tempo exposição e interação com o público. Para inaugurar o complexo de 79,5 milhões de reais – dos quais 14 milhões vieram do Programa Nacional de Apoio à Cultura, Pronac – estará presente a presidente Dilma Rousseff, que fará às 19h desta sexta-feira a sua terceira inauguração do dia no Rio.

Números do museu

Custo: 79,5 milhões de reais

Continua após a publicidade

15.000 metros quadrados de área construída

2.400 metros quadrados de área para exposições

2.000 professores da rede municipal atendidos anualmente

Continua após a publicidade

200.000 visitantes por ano, sendo 100.000 estudantes das escolas municipais

3.000 obras em um acervo próprio em formação

5.000 livros doados para a biblioteca

Continua após a publicidade

O que torna o MAR um museu inovador é a tentativa de aplicação do conceito de “transversalidade”. A expressão resume o intuito de estabelecer, a partir de diferentes pontos de vista, uma “teia de pensamento”, que contemple a compreensão de contexto histórico, social e as múltiplas perspectivas pessoais. Ou, resumindo o resumo, um museu que permita múltiplas interpretações e explicações para o que exibe. E, dessa forma, ensine. “É preciso várias camadas para enfrentar o desafio de projetar um museu atual. Uma delas �� sair do modo linear de pensamento e adotar um modo mais complexo, mais generoso, que englobe diversas perspectivas de mundo, sem se restringir ao jeito cartesiano de pensar”, explica Clarissa Diniz, gerente de conteúdo do MAR.

O mar, oceano, está representado na bela cobertura sinuosa de concreto, com 1.650 metros quadrados que une os dois prédios. E o MAR, o museu, desagua na educação, esta sim a perspectiva mais interessante de um projeto que almeja ter, entre seus 200.000 visitantes por ano, metade vinda dos alunos da rede pública de ensino do município. As exposições do museu serão abrigadas no Palacete Dom João VI, de 1916, tombado pelo Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural. O outro edifício do museu, montado no antigo Hospital da Polícia Civil e ligado ao palacete através de uma passarela construída no terceiro andar, vai abrigar a Escola do Olhar, um espaço dedicado a projetos de aprendizado e estudos da arte. É neste segundo prédio que o aprendizado propriamente dito deve acontecer, com salas de aula, uma biblioteca e um auditório.

Continua após a publicidade

Coleção própria – A tal “transversalidade” se reflete também nos acervos, que não seguem a ordem e a temática tradicional desse tipo de projeto. As salas de exposição tentarão representar na arte a mistura cultural característica do universo carioca. Assim, o MAR pretende reunir obras que vão desde a pintura de Tarsila Amaral e a escultura de Aleijadinho até documentos históricos sobre a escravidão, arte decorativa, fotografia e obras de artistas contemporâneos. “A coleção e o programa de exposições não têm uma unidade permanente. Juntam coisas que não estamos acostumados a ver juntas”, ressalta Clarissa.

Além das exposições temporárias de colecionadores públicos e privados, o MAR está formando, através de aquisições e doações, um acervo próprio, que já conta com 3.000 obras, sendo 1.200 aquarelas de Santiago Calatrava. São José de Botas, uma das quatro esculturas do mestre mineiro Aleijadinho tombadas individualmente, é um dos destaques. O museu abriga ainda 5.000 peças de memorabilia do Rio, entre manuscritos, cartões postais, arquivos da arte brasileira e 5.000 livros doados para a biblioteca.

https://www.youtube.com/watch?v=01-HQtVTDuw

Continua após a publicidade

Se a ideia é promover integração, o entorno do MAR é um bom começo. Os bairros ao redor da nova estrela da zona portuária, como Santo Cristo, Gamboa e Saúde, estão entre os mais degradados da cidade. De acordo com a prefeitura, a região que engloba trechos do Centro, Caju, Cidade Nova e São Cristóvão e a faixa próxima do porto deve saltar de 32 mil para 100 mil habitantes nos próximos dez anos. Os moradores da região vão receber acesso gratuito ao MAR, através de cadastro. “O museu deve se integrar com a região e não sobrepor-se a ela”, afirma Clarissa.

As características do MAR vão estar refletidas nas quatro exibições temporárias que abrem as atividades do museu. A mostra Rio de Imagens: Uma Paisagem em Construção reúne 400 peças que mostram o Rio sob o olhar de seus habitantes, visitantes e admiradores ao longo de mais de quatro séculos e poderá ser visitada até o dia 28 de julho. No segundo andar, a exposição O Colecionador – Arte Brasileira e Internacional na Coleção Boghici apresenta 136 obras pertencentes ao marchand Jean Boghici e ficará até o dia 1º de setembro.

Vontade Construtiva na Coleção Fadel, com cerca de 250 obras da coleção do advogado carioca Sergio Fadel, que fica até o dia 7 de julho, ocupa o primeiro andar do pavilhão de exposições. Já o andar térreo do edifício receberá O Abrigo e o Terreno – Arte e Sociedade no Brasil I. A coletânea exibe peças assinadas por artistas brasileiros e ficará no museu até 7 de julho. A gestão do MAR, sob responsabilidade do Instituto Odeon, receberá 12 milhões de reais por ano da prefeitura para a administração do museu. As verba para exposições serão captadas junto ao Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC).

Serviço

O Museu de Arte do Rio abre as portas ao público a partir de terça-feira, 5. O horário de visitação é das 10h às 17h. O MAR funciona de terça-feira a domingo, abrindo durante os feriados, mas fechando às segundas-feiras. As entradas custam oito reais e quatro reais (meia). Nas terças-feiras, a entrada é gratuita para o público em geral. Nos demais dias, não pagam alunos da rede pública de ensino médio e fundamental, crianças com até cinco anos de idade, pessoas com mais de 60 anos, professores da rede pública, membros do ICOM e profissionais de museus, grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa.

O MAR fica na Praça Mauá, 5 – Centro. Telefone de contato: (21) 2203-1235

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.