Louvre registra queda de 72% no número de visitantes em 2020
Por causa da pandemia, museu francês recebeu apenas 2,7 milhões de visitas no ano passado; média anual era de 10 milhões
O Museu do Louvre, lar de Mona Lisa, Vênus de Milo e outras célebres obras de arte, teve queda de 72% no número total de visitantes em 2020 em relação ao ano anterior. Afetada pela pandemia e pela incipiência do turismo internacional, a instituição artística mais visitada do mundo recebeu 2,7 milhões de pessoas, segundo comunicado enviado nesta sexta-feira, 8 – uma parcela pequena ante aos 9,6 milhões em 2019 e recordes 10,2 milhões em 2018.
Quase metade destes 2,7 milhões veio do aniversário de 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci, cuja exposição em homenagem ao artista, iniciada em outubro de 2019 e finalizada no final de fevereiro de 2020, recebeu 1,1 milhão de visitantes. A fatia de visitação restante foi diluída ao longo dos meses em que o museu esteve reaberto e seguindo protocolos de segurança contra o vírus, sendo 84% composta por cidadãos franceses. Antes, turistas estrangeiros respondiam por aproximadamente 75% das entradas. A queda na visitação refletiu em 90 milhões de euros perdidos em receita (aproximadamente 587 milhões de reais). Por outro lado, as redes sociais do Louvre tiveram 1 milhão a mais de seguidores, batendo a marca de 9,3 milhões, enquanto o site oficial, que permitia visitações online às exposições, contou com 21 milhões de acessos.
O Louvre, como muitos outros museus ao redor do mundo, esteve de portas fechadas durante grande parte do ano passado e, mesmo quando reabriu em julho, reduziu o número de ingressos a serem vendidos como forma de conter a propagação do coronavírus – medida pareada com sinalizações de distanciamento social e uso obrigatório de máscaras. A Mona Lisa, por exemplo, atração que costumava ser palco de aglomerações de turistas em busca de uma boa selfie, viu diante de si duas filas separadas de visitantes. “Cada pessoa terá a chance de ficar a 3 metros de distância da Mona Lisa. Será um momento especial”, disse o presidente da instituição, Jean-Luc Martinez, ao jornal The New York Times. Tamanha exclusividade gerou até um leilão de par de ingressos para um momento a sós com o enigmático sorriso florentino, estimado na época entre 10.000 e 30.000 euros (cerca de 62.100 a 186.300 reais).