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Livro sobre traidor de Anne Frank é tirado de circulação na Holanda

Obra lançada em janeiro aponta um judeu influente como o homem que dedurou família da menina, conclusão que gerou reação no país

Por Marcelo Canquerino Atualizado em 23 mar 2022, 15h13 - Publicado em 23 mar 2022, 15h05

Lançado há pouco mais de dois meses, sob imensa expectativa mundial, o livro Quem Traiu Anne Frank? está sendo retirado das livrarias da Holanda pela editora Ambo Anthos. A decisão veio após a divulgação, nesta terça-feira, 23, de um relatório escrito por historiadores e especialistas em II Guerra Mundial que sustenta que as conclusões da equipe liderada pelo investigador aposentado do FBI Vince Pankoke, responsável pelas descobertas reveladas no livro, não trouxeram “nenhuma evidência séria para uma acusação tão grave”. “Com base nas conclusões desse relatório, decidimos que, com efeito imediato, o livro não estará mais disponível. Apelamos às livrarias para devolverem o seu estoque”, disse a editora holandesa em comunicado.

Escrito pela autora canadense best-seller Rosemary Sullivan, o livro fez uma investigação para descobrir quem foi o responsável por entregar Anne Frank e sua família para os comandantes nazistas, valendo-se de artifícios como a inteligência artificial na busca de uma solução para essa lacuna histórica. O mistério já havia sido sido investigado oficialmente na Holanda em 1947 e 1963, mas seus responsáveis não chegaram a nenhuma conclusão na época. De acordo com a publicação recente, o principal suspeito de ter contado aos nazistas o esconderijo de jovem judia foi o tabelião Arnold van den Bergh, um judeu influente na época.

Em certa medida, a reação era esperada. Apesar do livro de Sullivan, que também contou com a ajuda das filhas de Van den Bergh, vivas até hoje, não culpar o homem e sim os nazistas – que foram os verdadeiros responsáveis pela morte de milhões de judeus -, a publicação tem sido criticada por especialistas desde seu lançamento. Entidades judias, pesquisadores independentes e historiadores expuseram posicionamentos desaprovando a conclusão do caso, que estava arquivado há décadas. No mês passado, por exemplo, o principal grupo de comunidades judaicas nacionais da Europa pediu à editora HarperCollins, responsável pelo título em diversos países, para retirar a edição em inglês do livro, alegando que ele feria a memória de Anne Frank e a dignidade dos sobreviventes do Holocausto.

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