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Limitações da velhice enclausuraram Walmor, diz advogada

Segundo Maria Dalva Coppola, advogada do ator, ele estava muito triste por não poder executar tarefas simples sozinho

Por Ana Clara Costa
19 jan 2013, 15h32

Walmor Chagas, morto aos 82 anos, na última sexta-feira, se sentia inconformado com as limitações físicas trazidas pela velhice. As dificuldades de locomoção e visão deixavam o ator cada vez mais triste, segundo sua advogada Maria Dalva Coppola. Em entrevista ao site de VEJA na tarde deste sábado, Maria Dalva afirmou que, em seu último encontro com Walmor, no final de 2012, notou-o mais debilitado. “Walmor queria viver plenamente. Mas o corpo se tornou uma limitação que o enclausurava. A mente dele queria ir longe, mas o corpo não deixava”, disse a advogada.

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O ator não conseguia executar movimentos simples sem ajuda, como curvar-se para entrar no carro, diz Maria Dalva. Por isso, nos últimos anos, contou com uma equipe de ajuda para conseguir viver, como massagista, cozinheira, fisioterapeutas e médicos. “Ele foi muito bem assessorado. Mas não era isso que queria. Ele queria poder fazer tudo sozinho.” Segundo ela, não havia diagnóstico de depressão, e a família não sabia de remédios antidepressivos que ele estivesse tomando.

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Maria Dalva conta que a família de Walmor Chagas desconhecia o fato de ele possuir uma arma – que foi encontrada em seu colo no dia da morte. “Sabíamos que era possível que ele tivesse uma arma, pois morava em um lugar de acesso precário, distante da cidade”, afirma.

Despedida – Segundo a advogada, o ator esteve em São Paulo no início da semana, de segunda a quarta-feira, alegando a necessidade de realizar exames de rotina, e ficou hospedado na casa da filha, a cantora Clara Becker. “A visita foi tão repentina que, hoje, a família acredita que possa ter sido uma forma de se despedir. E que ele talvez já tivesse algo em mente”, diz.

Procurada pelo site de VEJA, Clara Becker afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha condições de dar entrevista. Walmor Chagas foi cremado no fim da tarde deste sábado no Cemitério e Crematório Parque das Flores, em São José dos Campos, onde também foi realizado o velório, reservado à família.

Uma das poucas declarações da família foi da irmã Jussara Chagas, que mora em Porto Alegre. “Ele foi muito importante para a cultura do país”, comentou ao deixar a capela onde foi feita a cremação do corpo.

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Acesso restrito – De acordo com o caseiro que trabalhou com Walmor nos últimos 30 anos, José Arteiro de Almeida, o ator fez muitos amigos em Guaratinguetá, onde viveu nos últimos 20 anos, mas muitos foram impedidos de acompanhar o velório a pedido da família, que restringiu o acesso à capela – dois seguranças permaneceram no controle de acesso ao espaço durante todo o velório.

A atriz Lucelia Santos foi a única representante da classe artística a prestar as últimas homenagens ao ator. “O Brasil ficou muito mais pobre, ele era um ator perfeito”, disse a atriz emocionada.

A urna com as cinzas deverão ser entregues à família na terça-feira e serão jogadas na Serra da Mantiqueira, atendendo a um pedido do ator. Maria Clara Becker, filha de Walmor, saiu da cerimônia sem falar com a imprensa. O deputado José Genoíno disse ter se perdido no caminho para o cemitério e chegou depois da cerimônia de cremação. “Somos amigos há 40 anos, estive com ele no mês passado no sítio”, comentou o político, acompanhado de um amigo em comum, o jornalista Roberto Benevides, conhecido como Bené. “É um perda muito grande”, classificou.

A Polícia Civil de Guaratinguetá investiga a causa da morte de Walmor Chagas. A hipótese de suicídio é considerada, já que o ator foi encontrado sentado com uma arma calibre 38 no colo.

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(Com Estadão Conteúdo)

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