Julian Assange critica filme sobre o WikiLeaks
Segundo ele, longa é um ataque de propaganda e 'acende as chamas de uma guerra contra o Irã' ao insinuar que o país fabrica bombas nucleares
Para o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, o filme The Fifth Estate, que começou a ser filmado nesta semana e tem roteiro baseado na história da organização, não passa de um “ataque de propaganda”. Durante um discurso por videoconferência no sindicato de estudantes da Universidade de Oxford, feito a partir da Embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado, ele revelou que teve acesso ao roteiro do filme e leu alguns trechos ao público.
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Assange afirmou que, além de ser um ataque contra o Wikileaks, a produção dirigida por Bill Condon, que deve estrear nos Estados Unidos em novembro, “acende as chamas de uma guerra contra o Irã”, ao dar a entender que o país fabrica uma bomba nuclear. “Trata-se de uma mentira após a outra. O filme é um gigantesco ataque de propaganda contra o WikiLeaks e meus empregados”, afirmou.
No roteiro que Assange tinha em mãos, a primeira cena se situa no interior de um complexo militar iraniano onde os documentos carregam símbolos nucleares. “O que isso tem a ver conosco?”, perguntou Assange, de 41 anos, que vive refugiado desde junho passado na embaixada equatoriana para evitar sua extradição à Suécia por um caso de suposto estupro e agressão sexual, acusações das quais afirma ser inocente.
Gravações – Os estúdios DreamWorks de Hollywood anunciaram na terça-feira o início da filmagem da obra sobre o WikiLeaks, com o ator Benedict Cumberbatch como Julian Assange e o alemão Daniel Brühl no papel de seu ex-porta-voz, Daniel Domscheit-Berg. O diretor de The Fifth Estate é Bill Condon, que realizou os dois últimos filmes da saga de vampiros Crepúsculo: Amanhecer.
O WikiLeaks provocou a ira dos Estados Unidos com a publicação, em 2010, de milhares de documentos secretos sobre as guerras de Iraque e Afeganistão, e mensagens diplomáticas confidenciais que deixaram em situação constrangedora governos de todo o mundo.
(Com agências EFE e France-Presse)