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Irmão de Javier Bardem é pastor brasileiro em filme crítico a religião

Ex-dono de bar em Búzios, o espanhol Carlos Bardem, irmão mais velho de Javier, vive um pastor evangélico sem caráter em ‘González’, filme mexicano em exibição no Festival do Rio

Por Flávia Ribeiro
8 out 2014, 09h53

“Quando se pensava em um pastor carismático e ladrão, logo se pensava num brasileiro. Há ladrões em todo lugar do mundo, claro. Mas a igreja evangélica tem uma enorme potência no Brasil, que anda espalhando várias delas pelo mundo”

Na Cidade do México, o desempregado, endividado, desesperado e ateu González (Harold Torres), que dá nome a este longa, encontra uma oportunidade como operador de telemarketing de uma igreja evangélica, que usa o serviço para arrecadar dinheiro dos fiéis em nome do Senhor. À frente do culto, está o pastor Elías, personagem sem nenhum caráter vivido pelo espanhol Carlos Bardem, irmão mais velho de Javier Bardem (007 – Operação Skyfall). O pastor é brasileiro, mas Bardem tinha um trunfo para interpretá-lo: o ator viveu quatro anos em Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, entre o fim dos anos 1980 e o início dos 90, época em que teve um bar chamado La Ruína, na badalada Rua das Pedras.

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“Eu falo português como um espanhol, e meu personagem deveria falar espanhol como um brasileiro. Apostamos em um portunhol que poderia ser comum mim e ao personagem”, brinca o ator, de volta ao Brasil para a exibição do filme González na mostra Foco México do Festival do Rio. O longa mexicano, dirigido por Christian Díaz Pardo, tem sessão nesta quarta-feira, às 17h30 no Estação Rio 2, e na próxima quarta, dia 15, às 21h20, no Estação Botafogo 1, pela programação Última Chance, do evento.

Qual é o papel da religião no filme? O filme faz uma reflexão sobre as religiões. Mostra que, se a gente ficar menos desesperado e mais indignado, buscará políticos mais honrados que nos representem, não sem-vergonhas como esse pastor que eu represento.

O pastor foi pensado de cara como brasileiro? Quando se pensava em um pastor carismático e ladrão, logo se pensava num brasileiro. Há ladrões em todo lugar do mundo, claro. Mas a igreja evangélica tem uma enorme potência no Brasil, que anda espalhando várias delas pelo mundo.

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Como foi seu trabalho de pesquisa? Tive a oportunidade de ver muitos vídeos de televangelistas, como meu personagem. Além disso, visitei templos na Cidade do México. Encontrar um é muito fácil, eles estão por toda parte. Mas é impressionante como eles detectam imediatamente quem não está ali pela fé. Seguranças logo se aproximavam de mim e em um templo cheguei a ser acompanhado para fora por eles.

Como é a relação entre o pastor Elías e o González? González (Harold Torres) é o personagem principal, que começa a trabalhar no telemarketing e a sonhar em ser o pastor. Meu personagem é o antagonista, mas também o modelo do protagonista. González alucina, tem sonhos com a vida do Elías, que é um tipo de monstro. A gente está vivendo uma crise econômica mundial, o desemprego é enorme, e desemprego leva a desespero. Homens como ele vendem esperança.

Quando morou no Brasil, você deu um tempo na carreira de ator? Eu não tinha uma carreira de ator naquele tempo. Aliás, eu não tinha carreira nenhuma. Naquela época, minha profissão era a doideira (risos). Sempre que posso, volto ao Brasil.

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