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Harry Potter se despede em filme denso e soturno

Com fotografia escura e enredo recheado de mortes, capítulo final da série traz a esperada solução de mistérios e encerra a divisão entre bons e maus

Por Rodrigo Levino
8 jul 2011, 18h37

O grande trunfo do filme, no entanto, é quebrar a divisão entre bons e maus que permearam os sete anteriores

Quem é fã dos livros já conhece a história, mas não vai se incomodar em saber que Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2, filme que põe fim à saga baseada na obra da britânica J. K. Rowling, traz a resposta para os mistérios alimentados pelos longas anteriores, ao longo de dez anos. E deve chorar ao acompanhar os momentos finais da história do bruxinho, que volta ao cartaz no próximo dia 15, em todo o mundo. A emoção é garantida tanto pela fotografia como pelo roteiro. Com imagens escuras e um enredo recheado de mortes, Harry Potter se despede dos cinemas num clima denso e soturno, de tons épicos.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2, desfecho do último episódio da saga, é baseado no livro de mesmo nome, que no cinema rendeu dois longa-metragens. O primeiro, uma espécie de prólogo do segundo, mostra Harry Potter (Daniel Radcliffe), Hermione Granger (Emma Watson) e Rony Wesley (Rupert Grint) mergulhados na missão de exterminar o vilão Lord Voldemort, vivido por um ótimo Ralph Fiennes. O segundo filme reencontra o trio na busca pelas horcruxes, objetos que carregam pedaços da alma de Voldemort. Se as destruirem, eles acabarão com o vilão. É sobre esse pano de fundo que vão se costurando as soluções decisivas da série.

É bem verdade que o diretor David Yates não consegue juntar todos os pontos soltos a contento. Personagens eliminados em filmes anteriores retornam em flashbacks para solucionar mistérios explicar atitudes e esclarecer dúvidas. Com isso, há alguns fatos surpreendentes (para quem não leu os livros), como a redenção emocionante do Professor Snape (Alan Rickman). Outros afetivos, como o resgate da história dos pais de Potter. E ainda fatos mal explicados, como a morte de personagens fundamentais para a trama ou para a hierarquia da escola de Hogwarts.

Por outro lado, cenas de filmes anteriores passam a fazer sentido. Assim, acordos feitos entre alguns personagens, que à primeira vista não pareciam éticos ou justos, se revelam indispensáveis para a preservação de vidas. O público entende que sem esses tratos o bem não teria como vencer, e os personagens suspeitos podem agora ser redimidos. Harry Potter e Lord Voldemort, representantes máximos de forças antagônicas, guardam tantas marcas – um do outro – que na disputa final percebe-se haver muito mais em jogo do que a simples sobrevivência de um deles.

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Um volume tão grande de conflitos em desenvolvimento ou em solução de uma vez tornam o filme pesado. Mas há compensações. Enquanto as mortes se acumulam, romances são, enfim, consumados. Mesmo a fotografia enegrecida do filme não encobre os momentos ternos, e já habituais, da amizade sincera entre os três protagonistas. O grande trunfo do longa, no entanto, é a quebra na divisão entre bons e maus que permearam os episódios anteriores.

Em definitivo, Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 não é o melhor filme da série, e o fraco uso do 3D não ajuda nesse sentido. O posto permanece com O Prisioneiro de Azkaban (2004), dirigido pelo mexicano Alfonso Cuaron. Mas é um fecho digno para uma saga de sete filmes que rendeu aos estúdios Warner uma bilheteria de mais de 10 bilhões de reais. É também um final talhado para emocionar o público (espere pessoas chorando copiosamente na sala de cinema), agora obrigado a dar adeus a personagens com quem conviveu por uma década. Os executivos da Warner, que perde aqui seu bruxinho das magias de ouro, também devem derramar uma lágrima.

Assista ao trailer do filme no vídeo abaixo:

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