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Gracinhas lucrativas: quem são os tiktokers mais ricos

Popularizado globalmente há apenas um ano, o aplicativo chinês de vídeos que Donald Trump quer banir já está formando seu time de milionários

Por Amanda Péchy, Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 out 2020, 11h03 - Publicado em 23 out 2020, 06h00
ADDISON RAE – (Tiktok/Reprodução)

Nada mau para uma coleção de vídeos rapidíssimos sobre todo tipo de bobagem: desde que caiu nas graças dos adolescentes ocidentais, em 2019, o aplicativo chinês TikTok já foi baixado mais de 2 bilhões vezes em todo o mundo e abriu as portas para o surgimento de uma geração de celebridades, com a esperada compensação financeira em patrocínios, lançamentos de marcas próprias e jogadas de marketing. O prêmio maior veio na forma de um ranking que acaba de ser divulgado no exterior, alinhando os tiktokers do mundo inteiro que arrecadaram mais de 1 milhão de dólares em um ano. Sete americanos se qualificaram para a lista, donos de um patrimônio total de 18 milhões de dólares — sendo que todos, menos um, são menores de 21 anos.

No alto do pódio dos tiktokers milionários está a dançarina Addison Rae, que atingiu seu primeiro milhão de seguidores em outubro de 2019, aos 19 anos, e hoje arrebanha na audiência de seus vídeos — em que aparece dançando, dublando músicas conhecidas e usando marcas bem visíveis — muitos milhões de pessoas. Para chegar à fortuna de 5 milhões de dólares, ela fechou contratos para promover peças da grife esportiva Reebok e da fabricante de relógios sueca Daniel Wellington. Estima-se que seu cachê, bem como o de outros personagens da elite do TikTok, alcance 200 000 dólares por post patrocinado. A jovem californiana tem ainda um podcast, uma marca de roupa e uma linha de maquiagem com seu nome, além de planos de estrelar um filme adolescente produzido pela Miramax em 2021.

CHARLI D’AMELIO – (Tiktok/Reprodução)

Em seguida vêm duas irmãs, Charli, 16 anos, e Dixie D’Amelio, 20, com 4 milhões e 2,9 milhões de dólares, respectivamente. Dixie, inclusive, tem ambições que vão além do universo tiktoker: pretende ser cantora e garantiu mais visualizações em seu primeiro clipe do que os rappers Kanye West e Travis Scott, que lançaram um single no mesmo dia. Além das inevitáveis coleções de produtos de beleza e roupas, as duas apareceram em comerciais durante a final do futebol americano, o SuperBowl — o intervalo mais caro do mundo —, lançaram canal no YouTube e integraram o time de influencers presentes na Semana da Moda de Paris.

Todas as três já integraram, em algum momento, a comunidade de tiktokers que mora ou passa parte do tempo na Hype House, mansão em estilo espanhol bancada pelos, digamos, artistas mais bem-sucedidos e localizada em um condomínio fechado no topo de uma montanha em Los Angeles. A lista de negócios fechados pelas estrelas do aplicativo inclui Burger King, Oreo, Hyundai, Sony e até as brasileiras Magazine Luiza e Ambev, que encontraram nos tiktokers uma forma de promover seus produtos entre os jovens que comem e dormem na internet. O app tem hoje as melhores taxas de engajamento entre produtores de conteúdo e seguidores, e os vídeos publicados na plataforma tendem a atingir mais pessoas, em diferentes lugares do mundo, do que o Instagram e o Facebook. “Ganho mais com publicidade e lives no TikTok do que em qualquer outra rede que uso há muito mais tempo”, diz a influencer brasileira Camilla Martins, de 23 anos, que acumula 5,4 milhões de seguidores e cobra em média 5 000 reais por parceria.

DIXIE D’AMELIO – (Tiktok/Reprodução)

Nascido para fazer dinheiro, o app possibilita a marcas e gravadoras de música pagarem para lançar hash­tags, desafios e coreografias personalizadas, arrecadando ainda mais atenção. A máquina milionária não se restringe às grandes contas — qualquer usuário “normal” com boa frequência de uso pode ganhar uns trocados ao convidar novos amigos a criar contas próprias, ao assistir a mais minutos seguidos de vídeos e ao postar mais conteúdo, todas conquistas em forma de pontos que posteriormente podem ser transformados em depósitos em conta. Os tiktokers com mais de 1 000 seguidores, ao fazer uma live, têm permissão para receber “prêmios” em forma de dinheiro dos seguidores que o acompanham. “Dá para viver disso, e muito bem”, diz o catarinense Mário Jr., 21 anos, que estourou na rede social com vídeos que simulam diálogos românticos com garotas, ganhou o apelido de Galã e foi procurado por marcas como Casas Bahia e o site de relacionamentos Tinder. “O TikTok é minha principal fonte de renda”, conta Thatty Ferreira, de 23 anos, que publica de vídeos de maquiagem a dicas de edição de imagem na plataforma. Entende-se por aí por que, quando Donald Trump ameaçou banir dos Estados Unidos a ByteDance, empresa chinesa responsável pelo aplicativo, nomes como Microsoft, Oracle e Walmart tenham-se apresentado para comprar o TikTok americano. As negociações ainda prosseguem, assim como as dancinhas e gracinhas do aplicativo que continuam a divertir e a render.

Publicado em VEJA de 28 de outubro de 2020, edição nº 2710

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