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Frase oculta em ‘O Grito’ foi escrita por Munch, afirma museu norueguês

Discreta inscrição a lápis que diz 'só poderia ter sido pintado por um louco!' é atribuída ao próprio artista da obra

Por Tamara Nassif Atualizado em 22 fev 2021, 17h53 - Publicado em 22 fev 2021, 16h26

A icônica tela O Grito (1893) abriga em seu céu alaranjado uma discreta inscrição a lápis que diz: “Só poderia ter sido pintado por um louco”. Por anos, parecia razoável atribuir a autoria da frase a um espectador indignado – mas, agora, o Museu Nacional da Noruega descartou a teoria e descobriu, após anos de extensa pesquisa, que o autor da frase é o próprio Edvard Munch (1863-1944), pintor da obra de arte.

Fazendo uso de fotografia infravermelha, a pesquisadora e curadora norueguesa Mai Britt Guleng destacou a frase do fundo original e descobriu que “não havia dúvidas de que a inscrição era de Munch”. Segundo ela, a caligrafia do artista – analisada a partir de cartas e escritos assinados – e os eventos que aconteceram com ele quando exibiu O Grito pela primeira vez apoiam essa conclusão.

Detalhe do quadro 'O Grito', de Edvard Munch
Detalhe do quadro ‘O Grito’, de Edvard Munch (Museu Nacional da Noruega/Reprodução)
Foto infravermelha do quadro 'O Grito', de Edvard Munch, revela frase escondida
Foto infravermelha do quadro ‘O Grito’, de Edvard Munch, revela frase escondida (Museu Nacional da Noruega/Reprodução)

“É preciso chegar bem perto para ver a inscrição. Raramente encontramos coisas assim em pinturas, principalmente em uma das mais famosas do mundo. Por ser uma obra tão importante na história da arte internacional, a inscrição recebeu notavelmente pouca atenção”, disse.

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Pioneiro do expressionismo, o pintor teve sua saúde mental questionada quando O Grito foi visto pela primeira vez – o que, somado ao luto por ter perdido seus entes queridos, em especial a mãe e a irmã, pode ter sido a gota d’água para marcar o quadro com a frase. “Em uma noite de discussão na Associação de Estudantes, onde acredita-se que Munch esteve presente, o jovem estudante de medicina, Johan Scharffenberg, questionou a saúde mental de Munch, alegando que suas pinturas provavam que ele não estava com a mente sã”, disse o museu. “É provável que Munch acrescentou a inscrição em 1895, ou pouco depois, em resposta ao julgamento de sua obra”. Ofendido com as acusações, o artista chegou a mencionar o ocorrido em anotações em seu diário.

A obra-prima do norueguês, cuja versão em pastel arrecadou quase 120 milhões de dólares (650 milhões de reais) em leilão da galeria Sotheby’s, de Nova York, em 2012, está passando por um processo de conservação no museu antes de ser exposta ao público. Desde que fora roubada em 2004 por um período breve, a peça que representa angústia, solidão e desespero raramente foi exibida pelo Museu Nacional da Noruega. Pintado em 1893, O Grito tem cópias feitas pelo próprio autor: uma delas pertence ao acervo da instituição norueguesa, outra a um colecionador particular e uma terceira ao acervo da Galeria Nacional de Oslo (que, curiosamente, também fora roubada em 1994, permanecendo perdida por três meses).

Foto infravermelha do quadro 'O Grito', de Edvard Munch
Foto infravermelha do quadro ‘O Grito’, de Edvard Munch (Museu Nacional da Noruega/Reprodução)
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