Filme francês ‘O Artista’ arrasa no Bafta, o Oscar inglês
Longa mudo e em preto e branco de Michel Hazanavicius foi destaque no Bafta

O filme mudo e em preto e branco O Artista, do francês Michel Hazanavicius, arrasou neste domingo na festa do cinema britânico ao conseguir sete dos doze Baftas a que concorria. Entre eles, os dois grandes prêmios da noite (filme e diretor). Levou ainda os prêmios de melhor ator para o francês Jean Dujardin, roteiro original, fotografia, figurino e trilha sonora, consolidando seu papel de favorito para o Oscar, que acontece dentro de duas semanas. A premiação também consagrou Meryl Streep em seu papel de Margaret Thatcher em A Dama de Ferro e premiou A Pele que Habito, de Pedro Almodóvar.
“Vejo que os senhores são gente inteligente e lhes agradeço por isso”, brincou Hazanavicius. Mas a vitória do longa deixou um gosto amargo na boca dos outros candidatos, como mostrou o roteirista Peter Straughan, ao receber o Bafta de melhor roteiro adaptado por O Espião que Sabia Demais — indicado a onze categorias, das quais levou apenas duas, inclusive melhor filme britânico. “Agradeço a O Artista por não se basear em um livro”, disse.
Uma das surpresas da noite foi a vitória de A Pele que Habito, do diretor espanhol Pedro Almodóvar, na categoria de melhor filme em língua não-inglesa — as apostas eram para o iraniano A Separação. Este é o quinto Bafta para Almodóvar, que não foi à cerimônia em Londres e enviou uma nota de agradecimento lida pelo apresentador do prêmio, o ator de Bollywood Anil Kapoor.
Já Meryl Streep, que já tem dois Baftas, era ganhadora certa do prêmio melhor atriz, e não seria diferente com sua interpretação de Margaret Thatcher em A Dama de Ferro. A veterana atriz, de 62 anos, foi a figura da noite ao perder seu sapato quando subia as escadas do palco para receber o troféu. O ator Colin Firth, que apresentava o prêmio, pegou o sapato e o colocou no pé da atriz, transformada por um momento em Cinderela. O filme levou ainda o Bafta de melhor maquiagem.
Em outra surpresa da noite, o canadense Christopher Plummer levou o prêmio de melhor ator coadjuvante em Toda Forma de Amor, se tornando o ator mais velho a ganhá-lo (ele tem 82 anos). A americana Octavia Spencer venceu como melhor atriz coadjuvante por seu papel de criada negra em Histórias Cruzadas.
O documentário Senna, sobre, óbvio, o piloto brasileiro de Fórmula 1 Ayrton Senna, levou os prêmios de melhor documentário e edição, mesma quantidade de troféus abocanhados por A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese, que concorria em nove categorias.
Embora não tenha ganhado o Bafta de melhor diretor, Scorsese foi aplaudido calorosamente ao receber o Bafta em honra à sua trajetória, que inclui filmes como Taxi Driver, Os Infiltrados e Touro Indomável.
(Com agência EFE)