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Festival do Rio sai do armário com o Prêmio Félix

Australiano ‘Toda terça-feira’, road movie ‘Xenia’ e brasileiro ‘De gravata e unha vermelha’ são os vencedores da 1ª edição do prêmio dedicado à temática gay

Por Flávia Ribeiro, do Rio de Janeiro
7 out 2014, 01h39

Há 27 anos, Wieland Speck, atual diretor da seção Panorama do Festival de Berlim, criou o Teddy Awards, uma premiação para filmes de temática LGBT dada por um júri independente no Festival de Berlin. Na noite desta segunda-feira, Wieland esteve presente, como presidente do júri, na primeira edição do Félix, prêmio que contempla os melhores filmes do universo gay no Festival do Rio – havia 43 em exibição, sendo 22 deles aptos a disputar os troféus de melhor longa de ficção, melhor documentário e o Prêmio Especial do Júri, concedidos no Centro Cultural Banco do Brasil.

“Nós levamos dez anos para ter o reconhecimento necessário ao Teddy. Agora, todos querem estar lá. Se você começa algo, tem que ter a disposição necessária para continuar. Porque se você faz uma premiação como essa só uma vez, é apenas uma festa. Mas se você faz por dez anos, cria uma marca e mostra a sua importância”, avalia Wieland, lembrando que um filme brasileiro ganhou o Teddy este ano: Hoje eu quero voltar sozinho, de Daniel Ribeiro.

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Wieland entregou o primeiro troféu da noite, do Prêmio Especial do Júri, para Toda terça-feira (52 Tuesdays), longa australiano de Sophie Hyde sobre uma adolescente que vivencia a transformação da mãe, transexual, para o sexo masculino. O longa já era vencedor do Urso de Cristal de melhor filme da mostra Generation 14plus, do Festival de Berlim 2014, e de melhor direção no Sundance Film Festival 2014.

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O grande campeão da noite foi uma coprodução entre Grécia, França e Bélgica, Xenia. Dirigido pelo grego Panos H. Koutras, o longa é um road movie sobre dois adolescentes, um deles gay, que cruzam a Grécia. Parte da seleção oficial da mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes 2014, Xenia foi representado na premiação por sua produtora, Marie-Pierre Macia, que recebeu o troféu das mãos do ator Mateus Solano, intérprete do homossexual Félix na novela Amor à Vida – o prêmio, por sinal, recebeu este nome não por causa do personagem, mas porque Félix quer dizer feliz, ou gay, em latim. Marie-Pierre leu um bilhete escrito por Panos H. Koutras, no qual dizia: “É um prazer para mim, como cineasta e como homossexual, saber que meu filme é o primeiro vencedor do Félix. Torço para que o prêmio tenha vida longa”. Xenia ainda tem sessão nesta terça, às 17h10 no Estação Rio 2.

O melhor documentário foi o brasileiro De gravata e unha vermelha, de Miriam Chnaiderman, no qual Dudu Bertholini entrevista de Rogéria a Ney Matogrosso, de Laerte a Bayard, de Letícia Lanz a Johnny Luxo. O troféu foi entregue pelo deputado federal reeleito Jean Willys, que comentou o fim da mostra que havia até ano passado no Festival, dedicada apenas a filmes gays, e a criação do Félix. “Cinema é cinema, filme é filme, não importa a temática. Acho importante o fim da Mostra Gay, que demonstra uma vontade do Festival em não segregar. Mas também entendo que o Félix é uma demonstração de que o Festival reconhece algumas especificidades do cinema de temática gay”, avaliou.

Criação do prêmio – Diretora do Festival do Rio, Ilda Santiago explicou que há dois ou três anos já se discutia o fim da Mostra Gay e a criação do Félix. “Foi uma decisão política e muito pensada. Sentimos que não havia mais motivos para mantermos um nicho para o cinema de temática LGBT. Por outro lado, acreditamos na necessidade de criar uma nova visibilidade, jogar luz sobre a questão, e o Félix atendeu a isso. A gente pensou no nome antes da novela, mas acabou que o personagem foi interessante, porque todo mundo entende imediatamente do que se trata”, disse Ilda, antes de subir ao palco e anunciar: “O Festival do Rio saiu do armário”. Além dos discursos e prêmios, drags queens, espumante e a presença de Rogéria deram o tom da noite.

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